quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"Agricultura é fashion"

Portas

Mónica Silvares
12/02/13 18:11

O ministro Paulo Portas quer fundos de coesão a financiar o regadio do Alqueva.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros,Paulo Portas,
defendeu hoje no Parlamento que a agricultura é 'fashion'. Respondendo
a uma interpelação do deputado do PSD Carlos Costa Neves, Paulo Portas
disse concordar com o antigo ministro da Agricultura quando este disse
que não se deve desprezar o que há de moderno na coesão e na Política
Agrícola Comum (PAC).

"É uma ficção que apostar na coesão e na agricultura é apostar em
coisas atrasadas que não são 'fashion'", disse Paulo Portas.

"São 'fashion' e são o interesse nacional", acrescentou. O ministro
dos Negócios Estrangeiros, que participava na Comissão de Assuntos
Europeu disse ainda que sabia, por experiência própria, "a diferença
entre proprietários de terras e empresários agrícolas, que já não têm
uma visão patrimonialista da terra".

Numa comissão claramente dominada pelo dossier PAC, Paulo Portas
sublinhou que Portugal poderá ter "um PRODER com excelentes condições
de eficiência" se o país conciliar o envelope de 500 milhões, para o
desenvolvimento rural - que não exige qualquer financiamento nacional
-, com a flexibilidade que se cria de financiar as obras de regadio
com fundos de coesão e não com o PRODER. Esta possibilidade permitiria
a Portugal "libertar até 350 milhões" das verbas destinadas ao
desenvolvimento rural, ou seja, ao primeiro pilar da PAC.

Portas esclareceu que este tema ainda será alvo de negociações com o
Parlamento Europeu, mas também entre a Comissão Europeia e Portugal,
mas para reforçar a sua posição disse: "É uma ignorância dizer que o
Alqueva nada tem a ver com políticas ambientais".

Apesar de questionado pela oposição se reiterava o compromisso de que
o Alqueva estaria concluído até 2015, Portas deixou os deputados sem
resposta nesta matéria.

Muito criticado por Portugal ter saído do Conselho Europeu com um
corte de três mil milhões de euros para o próximo quadro financeiro,
quando comparado com o montante existente para o período de 2007-2013,
Paulo Portas preferiu sempre sublinhar que "o pior resultado de todos
seria não chegar a acordo", ficando todos os anos sujeitos a uma
negociação com os contribuintes líquidos da UE e dependentes da
conjuntura económica e financeira. Portas dedicou um comentário mais
mordaz ao deputado socialista, Pedro Silva Pereira, frisando que "uma
redução de cinco mil milhões no quadro de 2007-2013, face ao quadro
anterior, reduzia a autoridade para criticar".

http://economico.sapo.pt/noticias/agricultura-e-fashion_162465.html

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