sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Covilhã vai exportar vinho especial

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António Falcão

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ontém às 19:02O 'vinho' chama-se Mulled Wine e, para já, falamos
apenas de 3.000 garrafas. Mas é um começo que pode dar lugar a
exportações de muito maiores dimensões. Um negócio a explorar?

Augusto Pires diz que sim, sem dúvida. Augusto é director de uma
empresa de importação de vinhos com sede no Reino Unido (chamada
Lusowest) e foi ele que serviu de interface com o cliente final, o
Royal Automobile Club, um clube inglês de grande dimensão (16.000
sócios), muito exclusivo, e cujo leque de actividades vai muito para
além dos automóveis. As 3.000 garrafas serão depois vendidas, em
exclusivo, aos sócios do clube mas a perspectiva é a de subir em anos
futuros.
O RAC possui três restaurantes e tem o seu próprio Master Sommelier e
o seu próprio Master Cellar, de nome André Martins, um português há
largos anos no Reino Unido. Foi André Martins quem se deslocou a
Portugal para, em conjunto com o enólogo da Adega Cooperativa da
Covilhã, Carlos Neves, fazer o lote final desta bebida. A receita foi
preparada pelo próprio André e foi despois escrutinada, no Reino
Unido, por um júri, em prova cega, onde estavam vários Master of Wine.
Entre as bebidas à prova – cinco Mulled Wines – o da Adega da Covilhã
ganhou por larga margem. A receita é feita com um vinho tinto base
desta adega cooperativa, ao qual se juntam vários ingredientes: açúcar
amarelo, estrela de anis, cravinho, casca de limão, sumo (e gomos) de
laranja, Vinho do Porto e um gin especial chamado Sloe. As doses
certas, são, como é evidente, segredo. A mistura vai ao ponto de
ebulição, e depois de arrefecer é filtrada e estagiada em garrafa
durante 8 a 9 meses. Isto pode parecer uma sangria, digamos, mais
sofisticada, e de facto existem semelhanças mas o Mulled Wine, como os
britânicos chamam a este preparado, é consumido quente ou morno e o
grau alcoólico é de 12% (as sangrias costumam ter bem menos). O facto
é que esta bebida é muito popular nos países do norte da Europa,
especialmente no Inverno, onde, diz Augusto Pires, chega a substituir
o chá. Mas o mais normal é ser tomada como aperitivo ou como
digestivo.
Augusto Pires lamenta que poucos produtores se tenham interessado por
este projecto e que apenas a Adega Cooperativa da Covilhã o tenha
abraçado. Porque, considera ele, há um enorme mercado para o Mulled
Wine em todo o norte da Europa. Num futuro próximo, André Martins
voltará a Portugal para fazer outro lote, agora de 8.000 litros, que
entrará no circuito comercial.

http://www.revistadevinhos.iol.pt/noticias/covilha_vai_exportar_vinho_especial_14423

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