quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Douro dispõe de manual de boas práticas vitícolas

06-02-2013



O Douro dispõe de um manual de boas práticas para a produção de vinha,
para tornar a viticultura mais rentável e eficiente, aumentar a
qualidade dos vinhos e ajudar a prevenir desastres naturais.

Este manual, apresentado no Peso da Régua, insere-se no SUVIDUR –
Sustentabilidade da Viticultura de Encosta nas Regiões do Douro e
Duero. O projecto teve como chefe de fila o Instituto dos Vinhos do
Douro e Porto (IVDP).

O Manual de Boas Práticas Vitícolas da Região Demarcada do Douro
define, segundo o presidente do IVDP, Manuel Cabral, «metodologias que
vão melhorar a sustentabilidade deste território nas suas diferentes
vertentes, ambiental, económica e social».

No conjunto das regiões vitícolas históricas de montanha e de encosta
europeias, o Alto Douto Vinhateiro (ADV) destaca-se por constituir a
mancha mais significativa de vinha em encosta íngreme, com 36 mil
hectares de vinha nestas condições.

Precisamente por causa disso, os custos de produção neste território
são muito elevados, bem como são difíceis a mecanização e a
racionalização dos trabalhos. O coordenador técnico do manual, Nuno
Magalhães, explicou que o documento aborda «normas técnicas mais
adequadas e aconselhadas para evitar alguns erros que foram feitos».

No Douro, em função dos diferentes tipos e inclinações de terreno, são
permitidas diferentes tipos de armação da vinha, desde plantação em
socalco ou vinha ao alto.

Para melhorar a produção, o documento aconselha a proteger os terrenos
contra a erosão provocada pelas águas, respeitando as linhas de água,
instalando uma boa rede de escoamento, abrindo caminhos junto às
vinhas.

Se tratar-se de uma vinha pequena, é aconselhado que recorra a uma ou
duas castas, o que permitirá tratar todas as cepas da mesma forma e ao
mesmo tempo. A reconversão da vinha poderá servir para mecanizar a
vinha, mas também para renovar as castas.

De acordo com o manual, a produção integrada é um modo de garantir a
qualidade das uvas sem utilizar demasiados químicos, protegendo o
ambiente, permitindo ainda uma redução dos custos. «Estamos a falar de
plantar melhor, de armar melhor o terreno e prevenir os desastres
naturais», salientou Manuel Cabral.

O objectivo passa ainda por conciliar a tradição do Douro com a
evolução técnica que se tem verificado nas últimas décadas. Para
divulgar o manual pelos viticultores durienses vão ser realizadas,
ainda este mês, três acções de divulgação na Régua, Alijó e São João
da Pesqueira, no decorrer das quais vão ser distribuídos desdobráveis
informativos.

O SUVIDUR dispôs de um financiamento de 1,1 milhões de euros, aprovado
no âmbito do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça
Espanha-Portugal (POCTEP).

São parceiros do IVDP neste projecto a Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Norte, a Direcção Regional de Agricultura
e Pescas do Norte, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
(UTAD) e o Instituto Tecnológico Agrário de Castela e Leão.

Fonte: Lusa

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia45727.aspx

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