sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Estudo Deco sobre carne picada é baseado em casos pontuais, dizem industriais

Por Agência Lusa, publicado em 22 Fev 2013 - 13:44 | Actualizado há 2
horas 26 minutos
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A Associação dos Industriais de Carnes considerou hoje que o estudo da
Deco que desaconselha consumo de carne picada vendida a granel assenta
numa pequena amostragem de talhos que não representam a realidade do
país e prejudicam o consumidor.

Em declarações à agência Lusa, a diretora executiva da Associação
Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), Laurentina Pedroso, disse
que os consumidores têm de ser esclarecidos, porque "está instalada na
sociedade uma grande confusão" sobre a carne picada vendida nos talhos
e sobre a carne picada ou preparados de carne em pré-embalados
enviados para o mercado por entidades sujeitas a fiscalização
rigorosa.

"Estas notícias bombásticas são prejudiciais para o país e
principalmente para o consumidor. A Deco baseia o seu estudo numa
amostragem mínima de talhos na grande Lisboa e Porto, que não refletem
a realidade do país", disse.

De acordo com Laurentina Pedroso, que também é Bastonária da Ordem dos
Médicos Veterinários, o estudo da Deco também cria confusão no
consumidor acerca do que pode ou não existir numa carne.

"Há que esclarecer o consumidor de que há legislação apropriada que
permite a introdução de determinados aditivos e tudo é fiscalizado,
produzido com muito rigor, sujeito a normas europeias", explicou.

Laurentina Pedroso não desvalorizou os dados da Deco que apontam para
a deteção de microrganismos na carne e aconselhou a uma maior
fiscalização nos talhos pela Autoridade da Segurança Alimentar e
Económica (ASAE) e pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.

"A situação dos talhos é pontual. É uma situação que não deve ser
extrapolada para um nível nacional e para o que é o trabalho da
indústria que produz a maioria dos produtos de carne e preparados de
carne", salientou.

Na opinião da diretora executiva da APIC, a informação está a ser
passada de uma forma "grave e comunicada ao consumidor de forma
alargada, prejudicando quem trabalha bem".

Além de defender uma maior fiscalização nos talhos por parte das
entidades responsáveis, Laurentina Pedroso considerou que o consumidor
deve defender-se e, por isso, aconselhou boas práticas na confeção.

"O consumidor deve cozinhar muito bem a carne (sem vestígios de
sangue). Se a carne for confecionada em temperaturas iguais ou
superiores a 70 graus, terá sempre uma garantia de que o produto com
microrganismos não vai ser um problema para a saúde do consumidor",
explicou.

A Bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários aconselha aos
consumidores que tenham dúvidas quanto aos talhos a pedir que a carne
seja picada à vista, pelo menos até que toda a situação esteja
avaliada, explicada e resolvida.

A Deco desaconselhou hoje o consumo de carne picada vendida a granel
por considerar que esta pode causar problemas de saúde pública e
reivindicou maior fiscalização por parte da ASAE e nova legislação
para os talhos.

A associação de defesa do consumidor fez um estudo com base em
amostras de carne picada vendida a granel em 34 talhos das zonas da
Grande Lisboa e do Grande Porto e referiu "resultados alarmantes" na
área da saúde pública e da higiene e conservação.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado
pela agência Lusa

http://www.ionline.pt/portugal/estudo-deco-sobre-carne-picada-baseado-casos-pontuais-dizem-industriais

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