quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Eurodeputados em socorro do mercado de carbono europeu

A comissão parlamentar do ambiente apoia a CE no adiamento da venda
novas licenças de emissão para lidar com oferta excessiva no mercado
de créditos de carbono ©Belga/Designpics/J.Short


A Comissão Europeia deve ser autorizada a adiar a venda de novas
licenças de emissão para lidar com oferta excessiva no mercado de
créditos de carbono, defenderam os membros da comissão parlamentar do
ambiente no relatório legislativo aprovado na terça-feira, 19 de
Fevereiro. A medida deverá impulsionar os preços do carbono que
atingiram valores mínimos e incrementar o investimento tecnologias com
baixas emissões. Os críticos dizem que esta intervenção pode aumentar
os custos para a indústria.

A comissão parlamentar do ambiente apoiou as alterações ao regime de
comércio de licenças de emissão da UE que permitirá à Comissão
Europeia adiar ("backload") o leilão das novas licenças para o período
entre 2013-2020.

O presidente da comissão parlamentar do ambiente (ENVI) e responsável
pelo relatório, Matthias Groote (S&D, Alemanha), explicou depois da
votação: "Esta comissão parlamentar enviou um claro sinal a favor de
um regime de comércio de licenças de emissão mais forte e saudável. O
preço do carbono mais forte ajudará a catalisar a transição europeia
com o objectivo de alcançar uma economia com baixo índice de
utilização de carbono."

A crise económica reduziu as emissões de CO2 mais do que tinha sido
previsto e foram acumuladas um grande número de licenças de emissão,
levando à queda do preço do carbono. Para evitar uma ainda maior
inundação do mercado, a Comissão Europeia quer adiar uma nova venda de
novas licenças e solicitou a luz verde ao PE e ao Conselho.

Mas alguns eurodeputados manifestaram-se contra esta intervenção de
mercado. Em Janeiro, a comissão parlamentar da indústria rejeitou os
planos da Comissão Europeia num parecer não vinculativo.

"Interferir num sistema de mercado com o objectivo de influenciar
preços enquanto se aumentam os custos para as indústrias e PMEs envia
um mensagem errada em temos de estagnação económica, disse Romana
Jordan (Eslovénia), vice-coordenadora do PPE na comissão parlamentar
da indústria.

No seguimento da recomendação da comissão parlamentar do ambiente, e
caso o Conselho apoie esta decisão, a Comissão Europeia irá reter 900m
(toneladas) ou o leilão de cerca de um quarto das licenças de emissão
entre 2013-2015 e introduzi-las entre 2019-2020.

"Adiar leilões é apenas uma solução de curto prazo, mas um passo
positivo", disse Groote.

O regime de comércio de licenças europeu tem como objectivo emissões
de gases com efeito de estufa através da restrição das emissões
industriais em geral (o regime cobre mais de 11 mil centrais de
energia e instalações que representam cerca de 45% das emissões de CO2
da UE ou 1.730 milhões de toneladas de CO2): dentro deste limite, as
empresas recebem ou podem adquirir licenças de carbono que podem
comercializar entre elas.

O top dos emissores de CO2 em 2011


Fonte: PE

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/02/21e.htm

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