quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Hollande quer responsáveis por fraude punidos

CARNE DE CAVALO

por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca11 fevereiro 20138 comentários

Os responsáveis pela fraude envolvendo a utilização de carne de cavalo
em refeições ultra-congeladas, que abalou este fim de semana a Europa,
devem ser punidos, afirmou hoje o Presidente francês, François
Hollande.
"Existiram evidentemente falhas, lucros, comportamentos inaceitáveis,
e sanções devem ser pronunciadas, e devem ser administrativas e penais
se tal se justificar", disse o chefe de Estado francês, num primeiro
comentário ao escândalo, que envolve empresas francesas.
"O Estado tem o duplo dever de transparência e de responsabilidade",
sublinhou Hollande, acrescentando que "investigações serão iniciadas
dentro de um curto prazo".
O chefe de Estado francês disse que a rastreabilidade (capacidade
detetar a origem de um género alimentício), uma "exigência dos
consumidores", devia ser "igualmente um dever para a Europa e para a
França", aconselhando os consumidores franceses a comprar produtos com
rótulos que indiquem "carne de vaca de origem francesa".
"Desta forma, [os consumidores] têm a certeza que não estão a ser
enganados", frisou Hollande.
"A minha preocupação é dar aos consumidores todas as informações, aos
franceses, toda a transparência necessária, sobre os danos, todas as
informações indispensáveis, mas também para que possamos continuar a
consumir (...) dos nossos criadores franceses que não têm qualquer
ligação com estas manipulações", concluiu.
No final da semana passada, foram descobertas grandes quantidades de
carne de cavalo em refeições ultra-congeladas, etiquetadas como
contendo carne de vaca, que eram comercializadas pela marca sueca
Findus. Os produtos tinham sido distribuídos no Reino Unido, França e
Suécia.
A carne em questão, de origem romena, terá sido transacionada por um
comerciante holandês, passando depois por um cipriota, antes de ter
chegado ao fornecedor francês, Spanghero, e de ter sido direcionada
para o fabricante francês Cogimel.
A carne foi depois comercializada nos preparados da marca Findus,
distribuída por diferentes operadores.
O primeiro-ministro romeno, Victor Ponta, garantiu hoje que "nenhuma
irregularidade" foi cometida por uma empresa romena ou no território
romeno.
"Não existe qualquer violação das regras e das normas europeias", por
parte dos dois matadouros romenos envolvidos no escândalo, disse o
chefe do Governo romeno, durante uma conferência de imprensa, ao lado
do comissário europeu para a Agricultura, Dacian Ciolos.
Segundo Ponta, a empresa francesa envolvida no caso, a Spanghero, "não
tem qualquer contrato direto com empresas romenas".
"Para restabelecer a credibilidade a nível europeu, é preciso
estabelecer de forma clara a origem da fraude e os culpados",
sublinhou o primeiro-ministro romeno.
"A Roménia não pode aceitar ser o suspeito de serviço", reforçou Victor Ponta.
Em Bruxelas, um porta-voz da Comissão Europeia assegurou que este caso
não constitui uma crise sanitária, congratulando-se pelo funcionamento
do sistema de rastreabilidade da carne na Europa.
"Não estamos perante uma situação de perigo sanitário", declarou
Frédéric Vincent, porta-voz do comissário para a Saúde e Defesa do
Consumidor, Tonio Borg.
"Estamos diante de uma questão de rotulagem. A carne não foi
etiquetada de forma correta", acrescentou o porta-voz, em declarações
à comunicação social.
O representante recordou que a União Europeia (UE) só intervém em
casos de perigo sanitário, para proibir a comercialização de um
produto.
Em outros casos, o controlo dos produtos é uma competência dos
Estados-membros, indicou o porta-voz, sublinhando que "todos os
alimentos na UE são rastreáveis".
"Pode levar alguns dias, algumas horas", mas "podemos conhecer a fonte
do problema", concluiu.

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3047503&seccao=Europa&page=-1

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