quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Onde o marquês namorou, hoje faz-se vinho

Produz vinho, azeite e peras. Vai recuperar uma capela e inaugurar um restaurante. Luís Vieira administra a Quinta do Gradil, no Cadaval


Luís Vieira estudou Economia
Diana Quintela
21/02/2013 | 13:00 | Dinheiro Vivo
É provável que se cruze com vestígios do marquês de Pombal. É que diz-se - sim, é uma suposição - que o marquês terá tido uma amante na Quinta do Gradil, no Cadaval. A história é contada por Luís Vieira, administrador da Quinta que produz1 milhão de litros de vinho por ano.
"É mais do que os produtos em si, é a história e a experiência que eles trazem. A quinta tem uma área contígua desde 1500, um palácio e uma capela que chegou a ser a principal desta região. É possível procurarem beber um pouco da história de Portugal. São sempre histórias que acabam por ser cativantes para quem as ouve e quem bebe um vinho desta marca, mais do que isso, é a história que traz", explica Luís, acrescentando: "Queremos que seja sinal de total glamour do marquês, total glamour desta história e que os vinhos proporcionem essa experiência. É esse conforto e esse bem-estar que quero trazer à juventude. Não queremos dar o peso da história, mas queremos atualizá-la de uma maneira não muito formal."
Em 1999, a família comprou a quinta e replantou a vinha que, na altura, era, maioritariamente, de uvas brancas. "A quinta estava bastante danificada e quando a comprámos o objetivo foi reconvertê-la imediatamente, com castas mais apropriadas ao que o mercado atual quer."
Os 120 hectares de vinha produzem, não só vinho Quinta do Gradil mas também outras marcas que o grupo Parras vende a outras empresas, no negócio de produção, vinificação e engarrafamento. Mas é o vinho da Quinta do Gradil que merece mais dedicação.
"Os nossos principais mercados são externos e só começámos há dois anos a trabalhar o mercado nacional. Passámos do mercado externo para o interno o que, por sua vez, potencia o mercado externo, sobretudo nosPALOP, porque aumenta a visibilidade", diz o responsável. Os vinhos da Quinta do Gradil já chegam a 30 países: China, Japão, Angola, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, França e, mais recentemente, Israel, entre outros.
Em 2012, a faturação do grupo deve chegar aos 30 milhões de euros. Entretanto, os planos passam pela recuperação da capela da Quinta e pela abertura do restaurante, a par da produção de azeite e de pera, outras duas culturas da Quinta do Cadaval, tentativas de entrarem em "linhas mais gourmet", aproveitando o potencial das culturas locais. "O restaurante é o terceiro projeto da quinta. Queremos um espaço para nos relacionarmos com os amigos e com os clientes, independentemente de estarem connosco ou não. Será um restaurante com uma grande componente vínica, com cursos de prova, de comida ligada ao vinho.
Retrato
A Quinta do Gradil foi comprada em 1999. Em tempos pertenceu ao marquês de Pombal. No grupo Parras trabalham 70 pessoas: 15 na Quinta do Gradil. A Quinta do Gradil vende vinho para 30 mercados do mundo inteiro: Israel foi o último país para onde começaram a exportar. O grupo Parras inclui o negócio de produção de vinhos Quinta do Gradil, assim como o de engarrafamento e venda de vinhos a granel.

http://www.dinheirovivo.pt/Faz/Artigo/CIECO056438.html?page=0

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