sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Paulo Portas. Portugal quer melhorar proposta de orçamento da UE no desenvolvimento rural

Por , publicado em 31 Jan 2013 - 17:05 | Actualizado há 21 horas 59 minutos


O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje, em Bruxelas, que a
atual proposta de orçamento comunitário pós-2013 ainda não é
"satisfatória" para Portugal no que respeita ao desenvolvimento rural,
e prometeu "empenhamento muito especial" do Governo para a melhorar.

Paulo Portas, que falava à saída de uma reunião dos chefes de
diplomacia da União Europeia, uma semana antes de novo Conselho
Europeu para discutir o orçamento comunitário, lembrou que a cimeira
de novembro passado terminou sem um acordo sobre a "próxima geração de
fundos comunitários" para 2014-2020, "mas, nesse desacordo, a posição
relativa de Portugal melhorou", designadamente a nível da política de
coesão, "muito importante" para o país.

"Se o dossiê da política de coesão melhorou significativamente na
última reunião dedicada aos fundos estruturais do Conselho, a verdade
é que outro dossiê, o desenvolvimento rural, ainda não está em
condições satisfatórias para Portugal", declarou o ministro,
referindo-se aos cortes substanciais que ainda estão previstos na
última versão da proposta de orçamento.

"Todos os meses, centenas de jovens agricultores, precisamente com os
fundos do desenvolvimento rural, tomam a decisão de começarem uma
empresa agrícola. A agricultura gera crescimento, mesmo quando o país
está em recessão, a agricultura gera emprego, mesmo quando o
desemprego está a subir. Por isso, é vital para Portugal que, além da
política de coesão ficar resolvida de uma forma satisfatória, melhore
o dossiê do desenvolvimento rural", afirmou.

Paulo Portas indicou que teve oportunidade de abordar esta questão num
jantar, na quarta-feira à noite, com os eurodeputados portugueses, que
justificou com a necessidade de buscar uma "concertação de posições"
em defesa do interesse nacional, independentemente das "diferenças
naturais em democracia", designadamente diferenças partidárias.

"Sucede que há matérias que são do interesse nacional, que prevalecem
sobre quaisquer outras razões, e onde é possível todos darmos um
contributo importante para que o interesse de Portugal seja
defendido", apontou, lembrando que o Parlamento Europeu também "vai
ter um papel em toda esta negociação".

"Nós temos a certeza que, independentemente das diferenças
partidárias, os eurodeputados portugueses se vão aplicar, como se
aplicaram até hoje, na defesa de aspetos cruciais do interesse
nacional", disse.

O ministro indicou que ouviu as opiniões e contributos dos
eurodeputados, tendo, por seu lado, tornado "nítida a posição do
Governo português, que é um empenhamento muito especial no próximo
Conselho", de 07 e 08 de fevereiro, para que seja também dada "uma
atenção muito efetiva e uma defesa do interesse nacional muito clara
relativamente ao dossiê desenvolvimento rural".

Saudando o papel do eurodeputado socialista Capoulas Santos na
aprovação, pelo PE, de regras na futura Política Agrícola Comum
importantes para Portugal, o ministro destacou também o trabalho que
tem sido levado a cabo pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas.

"Acho que cada um está a fazer muito bem o seu trabalho", concluiu.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado
pela agência Lusa

http://www.ionline.pt/dinheiro/paulo-portas-portugal-quer-melhorar-proposta-orcamento-da-ue-no-desenvolvimento-rural

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