sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Portas defende que Portugal “não se pode queixar” do orçamento comunitárioa

RITA BRANDÃO GUERRA 12/02/2013 - 19:21
Ministro sublinha que Portugal ficou 300 milhões de euros acima do que
era considerada uma boa base de negociação.


Paulo Portas frisou que Portugal registou uma descida de 9,7%,
enquanto a média dos países da UE sofreu um corte de 13% ENRIC
VIVES-RUBIO

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas,
defendeu esta terça-feira que Portugal não se pode queixar da
negociação obtida no quadro do próximo orçamento comunitário.

Em audição na Assembleia da República, na Comissão parlamentar de
Assuntos Europeus, o ministro Paulo Portas sublinhou que, no Quadro
Financeiro Plurianual da União Europeia para o período
2014-2020,"Portugal fica com 300 milhões de euros acima da proposta da
Comissão Europeia". "Isto é um mau resultado?" E, logo de seguida, deu
a resposta: "Há uma diferença entre cantar vitória, que seria um erro,
ou passarmos a vida a desvalorizar as nossas próprias conquistas,
porque houve muita gente a ficar pior do que nós."

Paulo Portas argumentou que Portugal, no total dos fundos para a
agricultura e a coesão, registou uma descida de "apenas 9,7%",
enquanto a média dos países da União Europeia se situou nos 13%, pelo
que o país "conseguiu evitar as reduções do orçamento disponível" da
melhor forma.

"Não nos podemos queixar", sublinhou.

Pelo lado do PS, o deputado Vitalino Canas classificou este orçamento
como um "orçamento de austeridade" que não vai contribuir como era
desejável para o crescimento da economia e para a criação de emprego.
O socialista argumentou ainda que esta não é a "Europa da
solidariedade", mas "a Europa em que cada um tem o seu envelope",
lembrando que tanto a coesão como a Política Agrícola Comum sofreram
cortes de três mil milhões de euros. "Dá a ideia da nossa não vitória,
ao contrário do que diz o Governo", rematou Vitalino Canas.

Portas respondeu que Portugal foi "muito menos prejudicado do que
outros países" e contra-atacou com o quadro comunitário de apoio
2007/2012, negociado pelo Governo socialista, em que os cortes
atingiram os cinco mil milhões de euros.

Pelo lado do BE, a deputada Catarina Martins registou uma diferença
entre o discurso do Governo e o orçamento que agora foi aprovado. A
deputada perguntou ainda se, face aos cortes, virá da União Europeia
"algum tostão para quem ficar desempregado". Já Bernardino Soares, do
PCP, argumentou que Portugal vai "de perda em perda", quer de fundos
comunitários, quer no âmbito do crescimento da economia. "Há uma
diminuição real e os cheques não compensam", frisou o deputado
comunista.

http://www.publico.pt/politica/noticia/portas-defende-que-portugal-nao-se-pode-queixar-do-orcamento-comunitario-1584260

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