quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Portugal espera "aumento modesto" para a agricultura

Conselho Europeu atrasa-se, Portugal espera "aumento modesto" das
verbas para o desenvolvimento rural para compensar corte de mil
milhões de euros.
Daniel do Rosário, correspondente em Bruxelas
17:57 Quinta feira, 7 de fevereiro de 2013

O início da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, em que os
líderes dos 27 vão negociar o orçamento da União Europeia (UE) para o
período entre 2014 e 2020, foi adiado pela terceira vez e deverá agora
acontecer às 20h30 locais (19h30 em Lisboa)
O encontro estava marcado para as 15h00 de Bruxelas, mas foi
sucessivamente adiado, primeiro para as 17h30, depois para as 18h30 e
agora para as 20h30, para permitir que os chefes de Estado e de
governo levem a cabo diferentes reuniões entre si, numa tentativa de
aproximar reunião antes do início formal das hostilidades. Até ao
momento ainda não é conhecida a nova proposta de compromisso que
Herman Van Rompuy, o presidente do Conselho Europeu, deverá colocar em
cima da mesa para abrir as discussões.



De acordo com uma fonte diplomática, Pedro Passos Coelho participou
apenas no encontro dos chamados "amigos da coesão", em que estiveram
presentes os líderes de outros 14 países com preocupações semelhantes
a Portugal (o único ausente foi o chefe do governo da Roménia),
nomeadamente no que diz respeito ao dinheiro disponível para a
política de coesão e para a agricultura.



Portugal parte para estas negociações sabendo à partida que vai perder
dinheiro em relação ao actual quadro financeiro. A questão é saber
quanto e em que áreas orçamentais.

Evitar mais cortes

Na política de coesão o corte previsto de 10% é considerado aceitável
pelo governo, depois de uma redução mais profunda ter sido atenuada
com um envelope financeiro de mil milhões de euros para Lisboa e para
a Madeira.

No que diz respeito ao desenvolvimento rural (rúbrica que garante
metade das verbas recebidas pelo país no âmbito da Política Agrícola
Comum, cerca de 4 mil milhões de euros), a anterior proposta de
compromisso previa um corte de 25%. Fonte diplomática portuguesa
presente na reunião de Bruxelas reiterou que tal cenário é
"inaceitável" e que esta é a "principal preocupação" da delegação
nacional nestas negociações.

De acordo com a mesma fonte, Portugal e os "amigos da coesão" esperam,
além de evitar mais cortes, obter "aumentos modestos" na política de
coesão e desenvolvimento rural, para acomodar as diferentes
reivindicações nacionais.

Quanto à forma de compensar a perda de mil milhões de euros no
desenvolvimento rural, a referida fonte fala no recurso a "vários
mecanismos", sem confirmar a notícia avançada pelo Público na edição
de hoje, segundo a qual Portugal vai pedir um envelope de 900 milhões
de euros para o desenvolvimento rural, sem necessidade de
co-financiamento nacional.



http://expresso.sapo.pt/portugal-espera-aumento-modesto-para-a-agricultura=f785576

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