quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

PSD e CDS/PP querem que Governo "salve" pinheiro manso das restrições comerciais europeias

LUSA 06/02/2013 - 11:14
Apesar de não ser afectado pelo nemátodo, o pinheiro-manso é alvo das
mesmas restrições que afectam o pinheiro-bravo.


O nemátodo afecta o pinheiro-bravo, não o manso DANIEL ROCHA

Os deputados do PSD e do CDS-PP defendem na quinta-feira, na
Assembleia da República, um projecto de resolução que visa "salvar" a
madeira, casca e fruto do pinheiro-manso das restrições europeias ao
nível da exportação e circulação.

Aqueles parlamentares alegam que todos os estudos provam que, em
Portugal, só o pinheiro-bravo é susceptível ao nemátodo e recomendam
ao Governo que "disponibilize todos os meios técnicos que permitam
produzir a informação necessária" para argumentar o caso junto do
Comité Fitossanitário da Comissão Europeia.

Na origem das proibições determinadas pela União Europeia está uma
praga que atingiu sobretudo a região centro de Portugal, o Nemátodo da
Madeira do Pinheiro, um verme microscópico causador da doença de
murchidão desta espécie.

O nemátodo foi identificado pela primeira vez em Portugal em 1999 na
península de Setúbal, mas em 2008 foram detectados novos focos da
doença no centro do país, o que levou a declarar todo o território
nacional como zona afectada e zona de restrição.

Em Outubro de 2012, uma vigília de protesto junto ao Ministério da
Agricultura juntou empresários do sector da madeira [emprega cerca de
50 mil pessoas], que reclamavam um subsídio atribuído pela União
Europeia e pelo Estado português de forma a ajudar os empresários do
sector a darem o tratamento obrigatório à madeira devido ao nemátodo.

Um Novembro, Bruxelas anunciou que Portugal iria receber 7,6 milhões
de euros, em co-financiamento, para combater o nemátodo do pinheiro.

A verba aprovada pelo Comité Fitossanitário Permanente da Comissão
Europeia é dividida em duas parcelas, sendo que a primeira, no valor
de 3,9 milhões de euros, destina-se a combater os surtos do nemátodo
do pinheiro.

Os restantes 3,7 milhões têm como destino as medidas de contenção
dentro da zona demarcada, bem como a salvaguarda dos interesses de
outros Estados-membros e os interesses comerciais com os países
terceiros.

Já em Dezembro de 2012, o ex-secretário de Estado do Desenvolvimento
Rural e Florestas, Daniel Campelo, anunciou que o Governo está a
preparar um plano operacional que visa combater pragas e doenças que
afectam a floresta portuguesa, um sector de exploração que representa
3% do Produto Interno Bruto (PIB) e 12% das exportações.

À Lusa, o ex-governante disse então não existir ainda um horizonte
temporal para ele estar no terreno, estando na fase de preparação,
para poder juntar entidades públicas e privadas "que partilhem
informação e se articulem de uma forma organizada para resolver os
problemas da sanidade florestal que são cada vez maiores", frisou.

As restrições europeias, para além do Pinus (pinheiros), abrange as
coníferas do género Abies Mill (abetos), Cedrus Trew (cedros), Larix
Mill (larix), Picea A. Dietr. (píceas ou espruces), Pseudotsuga Carr.
(Falsas tsugas) e Tsuga Carr. (tsugas).

http://www.publico.pt/economia/noticia/psd-e-cdspp-querem-que-governo-salve-pinheiro-manso-das-restricoes-comerciais-europeias-1583489

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