quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Redução de pinhal ameaça milhares de empregos

11 Fevereiro 2013, 16:19 por Rui Neves | ruineves@negocios.pt


O declínio do pinhal, que perdeu metade da área desde os anos 80,
coloca "em risco os milhares de empregos na fileira", alerta o Centro
Pinus, que reúne empresas deste sector.
O pinheiro bravo, a árvore autóctone que sempre ocupou a maior área da
floresta portuguesa, passou a ser a terceira espécie, deixando a
liderança para o eucalipto, de acordo com os dados disponibilizado
esta segunda-feira no Inventário Florestal Nacional de 2010.

Um recuo do pinhal que fez soar o alarme no Centro Pinus, organização
que empresas do sector, que alerta para "os milhares de empregos na
fileira do pinho que estão em risco e para a desadequação da
legislação de licenciamento de arborizações proposta pelo Governo".

Para esta estrutura associativa, a perda de 50% da área de pinheiro
bravo relativamente ao inventário da década de 80, "é a demonstração
cabal de que é urgente colocar em prática medidas de protecção da
espécie e sobretudo de incentivo à plantação.".

João Gonçalves, presidente do Centro Pinus, frisa que "o Inventário
confirma a desadequação do decreto-lei de licenciamento de
arborizações proposto", mas está "confiante que o facto de o Governo
não ter tomado uma decisão antes do conhecimento destes dados é
revelador de que recuará na sua publicação no formato conhecido,
garantindo a manutenção do seu imprescindível papel regulador no
ordenamento do território".

As principais reivindicações do Centro Pinus têm sido a intervenção
nas áreas de regeneração natural, a adequação dos incentivos
financeiros à realidade do nosso território e a promoção da gestão e
investimento nas áreas sob gestão pública.

"Uma eficaz articulação destas três medidas será decisiva para a
sustentabilidade de uma fileira que representa 90% das empresas
industriais do sector florestal, 62.447 empregos industriais directos
e 3,4% das exportações nacionais", enfatiza João Gonçalves.

Se a tendência revelada no Inventário não se inverter, o presidente do
Centro Pinus assegura que as empresas da fileira do pinho sofrerão uma
"tensão insustentável, que conduzirá ao encerramento de muitas
empresas e à consequente perda de milhares de postos de trabalho".

No entanto, refere que "acredita que o bom senso do Governo irá
prevalecer e as medidas necessárias serão adoptadas, sendo certo que a
fileira do pinho está empenhada em contribuir activamente para o
processo de mudança necessária".


O Centro Pinus foi constituído em 1998 pelos maiores consumidores de
madeira de pinho, tendo como objectivo contribuir para o aumento da
produção e qualidade da floresta de pinho. Actualmente, os associados
do Centro Pinus, que integra grupos como a Sonae Indústria, a Europac
ou a Luso Finsa, representam mais de 90% do consumo da fileira
tradicional do pinho.



http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/agricultura/detalhe/reducao_de_pinhal_ameaca_milhares_de_empregos.html

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