segunda-feira, 4 de março de 2013

Escassez de alimentos afecta 6 milhões de pessoas no sul de África


Por Agência Lusa, publicado em 4 Mar 2013 - 17:31 | Actualizado há 1 hora 42 minutos
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A escassez de alimentos no sul de África põe em risco de desnutrição e de doença 6 milhões de pessoas, especialmente em Angola, no Zimbabué, Lesoto e Malaui, advertiu hoje a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

"Milhões de pessoas em todo o sul de África estão a pagar o preço dos contínuos ciclos de seca severa seguidos de inundações. Não é uma crise, é uma situação que se tornou crónica", explicou em conferência de imprensa a porta-voz da Federação, Jessica Sallabank.

Os países mais afetados são o Malaui, onde dois milhões de pessoas estão em risco de sofrer de falta de alimentos, Angola, com mais de 1,8 milhões, Zimbabué, com 1,6 milhões de pessoas em zonas rurais, e o Lesoto, onde mais de 700 mil pessoas se encontram em situação similar.

"Os ciclos de seca e inundações estão a destruir as culturas, o gado e o fornecimento de água potável. A população não tem o suficiente para comer ou água para beber. Doenças como a malária, a diarreia e a cólera são comuns", afirmou Sallabank, citada pela EFE.

Esta situação atinge mais gravemente os doentes com SIDA, dado que a região concentra mais de 30 por cento do total de infetados no mundo.

"Lesoto, Malaui e Zimbabué têm uma alta taxa de SIDA, que afeta mais de 10 por cento da população. No Lesoto, mais de 23 por cento estão infetados", precisou.

Neste contexto, a falta de alimentos pode prejudicar os esforços para impedir a expansão da doença, já que os tratamentos produzem mais danos nos estômagos sem alimentos.

Por outro lado, a Cruz Vermelha mostrou preocupação com o número crescente de mulheres e raparigas que se prostituem - em muitos casos obrigadas - para obter alimentos para a família.

"É necessário que aumentem as doações, bem como o esforço coordenado dos governos, empresas e agências humanitárias e de desenvolvimento para aliviar o sofrimento destas pessoas", indicou.

Sallabank disse que os países mais afetados pela falta de fundos são Angola, que só recebeu um quarto de um total de 1,3 milhão de euros que constavam do pedido de fundos, e o Lesoto, com apenas 17 por cento.

*Este artigo foi escrito ao  abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa

http://www.ionline.pt/mundo/escassez-alimentos-afecta-6-milhoes-pessoas-no-sul-africa

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