domingo, 17 de março de 2013

Inseticidas portugueses vão proteger fruta e café no Brasil, em 2014

A Sapec produz tudo em Portugal mas fatura 65% lá fora. Com o Brasil e
talvez Moçambique, as vendas no exterior chegam aos 80%

João Estrela, administrador da Sapec
D.R.
16/03/2013 | 00:00 | Dinheiro Vivo
A Sapec Agro, que hoje se dedica exclusivamente ao fabrico de
agroquímicos, já tem 65% das vendas de cem milhões de euros em
Espanha, Itália e França, mas prepara-se para dar mais um passo na
internacionalização.
O Brasil foi o local escolhido, um mercado que vale 8,7 mil milhões de
euros e para onde a empresa vai começar a exportar em 2014, avançou o
administrador executivo, João Estrela.
A meta é, "nos primeiros quatro a cinco anos, atingir um volume de
negócios de 46 milhões de euros", adiantou num encontro com
jornalistas, acrescentando que a ideia é cobrir, para já, a "região de
São Paulo" e vender produtos para a proteção das culturas de "fruta,
hortícolas, café e citrinos". Mais tarde, admite alargar o negócio à
cultura da cana de açúcar, soja e milho, "onde a concorrência é
brutal", comentou.
Dado o potencial do mercado, João Estrela acredita que, em 2015, o
Brasil represente 50% do crescimento da Sapec, mas para isso, diz,
contribuirá o porto de Sines e a atual linha semanal direta que
"demora apenas 12 dias a chegar a São Paulo".
Para o Brasil, o objetivo é exportar produtos para veterinária, mais
precisamente remédios contra as pulgas. Esta nova área de negócio - a
Sapec Vet - começou a ser desenvolvida em 2011 e as primeiras vendas
em Portugal deverão acontecer no fim deste ano, sendo o objetivo
"fazer três a quatro milhões de euros em três ou quatro anos".
Com o Brasil encaminhado, a Sapec está a estudar Moçambique. "Ainda é
uma operação sem data agendada, mas já criámos uma empresa lá e
estamos em conversações com os produtores agrícolas locais", disse
João Estrela. Angola está, para já, fora do radar. "Em Moçambique, o
potencial agrícola é maior", explica João Estrela.
Espanha, Itália, França, Brasil e Moçambique serão, assim, os mercados
que farão que a Sapec Agro passe de uma faturação de cem milhões, em
2012, para 200 milhões em 2015, dos quais 75% serão realizados no
exterior. Uma meta impressionante, considerando que "há 12 anos a
empresa não exportava nada", disse, no mesmo encontro com jornalistas,
o diretor de marketing estratégico, João Martins.
Cinco milhões por ano
A Sapec nasceu em 1926 e, apesar de a sua génese estar na exploração
de minas, a empresa - que tem Eduardo Catroga como chairman - ficou
conhecida como produtora de adubos, um negócio que desenvolveu durante
aos herbicidas, fungicidas e inseticidas.
No final dos anos 90, com as alterações europeias às patentes dos
componentes dos agroquímicos, a Sapec decidiu criar e produzir
produtos próprios em Portugal, investindo numa nova fábrica e
começando a exportar. No total, conta João Martins, de 1998 até 2012,
a Sapec investiu 85 milhões de euros, ou seja, perto de cinco milhões
de euros por ano.
O resultado foi um aumento de 400% da faturação em 15 anos e que se
deve muito às vendas no exterior. Em Portugal, a Sapec tem uma quota
de 32%, mas as vendas são de 30 milhões.
Para este crescimento contribuiu o facto de a empresa vender produtos
genéricos que são hoje 50% mais baratos do que os de marca.
Por exemplo, diz João Martins, para tratar um hectare de vinha - uma
das culturas para que mais vendem em Portugal - gastavam-se 399 euros
com produtos de marca em 2000. Com genéricos gasta-se agora 221 euros.

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO118211.html?page=0

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