domingo, 31 de março de 2013

Pêra rocha prepara entrada em Marrocos

Fruta
António de Albuquerque
28/03/13 00:05


Associação está a negociar com o Ministério da Agricultura e dos
Negócios Estrangeiros.

Os produtores de pêra rocha querem entrar no mercado de Marrocos a
pensar já no Magrebe e na África subsariana. "Estamos a trabalhar com
os ministérios da Agricultura e dos Negócios Estrangeiros para que
seja estabelecido um protocolo com Marrocos para vendermos mais
naquele país", avançou Torres Paulo, presidente da Associação Nacional
dos Produtores de Pêra Rocha (ANP), ao Diário Económico. "Apesar do
mercado marroquino estar a crescer nos últimos quatro anos as empresas
portuguesas estão a ser penalizadas com os custos alfandegários muito
significativos", afirma.

O mercado de Marrocos representa, neste momento, pouco mais de 1% das
exportações nacionais, mas o objectivo é incrementar uma estratégia
para potenciar vendas não só para aquele país, mas também para toda a
região magrebina e subsariana.

"O mercado marroquino está muito bem organizado e que é um país de
comerciantes", lamenta Torres Paulo. O responsável explica que uma
maior presença de produtores naquele país vai permitir estabelecer
parcerias para a venda de pêra rocha em praticamente todo o continente
africano. Uma iniciativa, que a confirmar-se, vai imprimir um
acréscimo nas vendas desta fruta nos mercados externos que, em termos
médios, representam mais de 50% da produção.

Na última campanha de 2010/11 da ANP foram produzidas 223 mil
toneladas em Portugal, 115 mil das quais pelos seus associados.
Destas, 90 mil foram vendidas no mercado externo, sobretudo no Brasil,
Reino Unido, França, Rússia, Alemanha e Polónia.

Mas os empresários não querem ficar por aqui e a associação está a dar
os primeiros passos para entrarem em mercados como o dos EUA, México,
Índia e China, grandes consumidores que não dispõem de fruta no
período do ano em que existe a pera rocha", frisou Torres Paulo.
Contudo, reconheceu que o "processo poderá ser um pouco mais demorado
já que estão em causa negociações bilaterais" entre a União Europeia e
estes países.

Previsões? Torres Paulo admite apenas que, no "espaço de um ano e
meio, os empresários possam estar a vender para o mercado americano".

União fez a força
"Em Portugal não é difícil associar as pessoas o que é difícil é fazer
coisas em comum". A conclusão é de Torres Paulo quando questionado
sobre o segredo do sucesso da ANP que projectou Portugal para o 5º
lugar no 'ranking' dos maiores produtores europeus, e um dos dez
maiores a nível mundial.

A associação surgiu há 20 anos no âmbito do processo de Denominação de
Origem Protegida (DOP) para a pêra rocha com o objectivo de unir toda
a fileira, desde a produção até à comercialização, para a partir daí
coordenar e incentivar uma política de qualidade que define a pera
rocha do Oeste. A associação é responsável pela produção de 11.000
hectares de pêra, o que representa 81% da produção nacional. Das 28
empresas associadas da ANP, 21 são organizações de produtores e 24 são
empresas com central fruteira e quatro comerciantes de fruta.

http://economico.sapo.pt/noticias/pera-rocha-prepara-entrada-em-marrocos_165834.html

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