domingo, 24 de março de 2013

Progresso da bioenergia não pode afetar segurança alimentar, diz FAO

Agência Brasil
Publicação: 23/03/2013 13:08 Atualização: 23/03/2013 14:41
O desenvolvimento da bioenergia no Brasil deve evitar comprometer a
segurança alimentar, alertou o coordenador do programa de Bioenergia
da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
Olivier Dubois.

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Em entrevista, Dubois falou da necessidade constante de mapeamento do
solo para investigar o impacto ambiental da produção agropecuária.
Destacou que é preciso estudar os efeitos indiretos da ocupação do
solo, para que não haja danos, principalmente, à agricultura familiar
ao redor do mundo.

"Se disser ao pequeno agricultor que ele terá dinheiro a partir de uma
cultura, o risco é de ele utilizar seu lote todo para essa única
cultura. Ele fará 10 hectares para cultura de dendê e terá de comprar
comida. O risco disso é que ele será muito mais dependente dos preços
dos alimentos. Ou seja, uma certa proporção [do seu terreno] ele tem
que garantir, senão há o risco de segurança alimentar"

A avaliação de Dubois é que não há necessariamente uma
incompatibilidade entre a produção de alimentos e biocombustíveis.
"Não podemos diabolizar uma coisa porque depende muito da forma como
você faz. Não se pode competir com a utilização da terra na produção
de biocombustíveis, mas é possível concorrer. Planta alimentar como
matéria-prima pode ser mantida em consórcio de diferentes culturas na
mesma área".

O coordenador citou o Projeto de Critérios e Indicadores de Bioenergia
e Segurança Alimentar da FAO, como uma ferramenta da entidade, que
inclui instrumentos de avaliação dos impactos ambientais e
socioeconômicos da produção de bioenergia, com indicadores que podem
ser medidos durante a produção e a recomendação de boas práticas e de
medidas políticas para promover o desenvolvimento sustentável da
bioenergia.

"Essa ferramenta orienta, por exemplo, os possíveis riscos de
substituição alimentar de forma sustentável. Com ela podemos avaliar e
monitorar as práticas de bionergia pelo mundo", explicou. O
instrumento permite recomendar, por exemplo, balancear a produção de
energia com a de outros alimentos, utilizando o subproduto para
alimentar o gado, misturando ou fazendo rotação de culturas.

De acordo com a Embrapa Agroenergia, até 2004 não existia fabricação
de biodiesel no Brasil. Com a implantação do Programa Nacional de
Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), o País passou a ser o segundo
maior produtor mundial e colocou no mercado 2.717 m³ do biocombustível
em 2012

http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2013/03/23/internas_economia,361748/fao-progresso-da-bioenergia-nao-pode-afetar-seguranca-alimentar.shtml

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