sexta-feira, 8 de março de 2013

Reforma da política agrícola comum: PE vai debater e votar na sessão plenária de 11 a 14 de Março as propostas de reforma da PAC

O Parlamento Europeu vai debater e votar as propostas de reforma da
política agrícola comum (PAC). Os eurodeputados vão propor uma série
de alterações para assegurar que a futura PAC seja mais amiga do
ambiente, mais equitativa entre Estados-Membros e mais transparente.
Esta votação vai definir a posição que o PE vai levar para a mesa de
negociações com os governos nacionais, que arrancam no final do mês.
Luís Capoulas Santos é relator de duas das quatro propostas que
integram o pacote agrícola.

As quatro propostas legislativas sobre a reforma da PAC dizem respeito
aos pagamentos directos aos agricultores, à organização comum de
mercado (OCM única), ao desenvolvimento rural e a um regulamento
horizontal sobre o financiamento, a gestão e o acompanhamento da PAC.

É a primeira vez que o Parlamento Europeu legisla em pé de igualdade
com o Conselho de Ministros da UE sobre a política agrícola. Com a
votação em plenário, na quarta-feira, os eurodeputados vão decidir o
mandato do PE nas negociações com o Conselho e a Comissão, que deverão
ter início ainda no mês de Março e estar concluídas até ao final deste
semestre.

Segundo Capoulas Santos (S&D), que será um dos negociadores do PE, os
compromissos aprovados na comissão parlamentar da Agricultura incluem
"as questões fundamentais para Portugal, donde se destacam o reforço
do montante por hectare dos pagamentos directos, o acréscimo dos
apoios para os jovens e para os novos agricultores, um novo estatuto
mais vantajoso e menos burocrático para os pequenos agricultores e um
novo mecanismo de redistribuição através de um pagamento mais elevado
para os primeiros hectares, visando reforçar o apoio para as pequenas
e médias explorações".

O eurodeputado destaca também como positivo para Portugal a reposição
do co-financiamento comunitário para novos regadios (que a Comissão
pretendia, depois de 2014, reservar exclusivamente para os países que
aderiram à UE após 2004) e a comparticipação comunitária para seguros
agrícolas e fundos mútuos.

Uma PAC mais verde

Para acabar com os diferentes sistemas do regime de pagamentos
directos na UE, as regras propostas prevêem um novo regime de
"pagamento de base". Este estará, como actualmente, subordinado ao
respeito de certas normas ambientais (eco-condicionalidade), mas com
diversas simplificações.

Além deste pagamento de base, cada exploração deverá receber um
pagamento por hectare por respeitar uma série de práticas agrícolas
benéficas para o clima e o ambiente, podendo os Estados-Membros
utilizar 30% das dotações nacionais para esse pagamento.

A Comissão da Agricultura do PE defende que o chamado "greening", ou
"ecologização", deve manter-se no 1° pilar da PAC (pagamentos
directos), como proposto pelo executivo comunitário. Introduz, no
entanto, uma maior flexibilidade para estas medidas, para que sejam
tidas em conta questões como a dimensão das explorações agrícolas e o
impacto das medidas ambientais já aplicadas pelos agricultores.

Teto máximo para as ajudas

A comissão parlamentar propõe o estabelecimento de um teto máximo de
300 mil euros para as ajudas que podem ser recebidas por cada
agricultor ("capping"), depois de deduzidos os gastos com o emprego.

Maior convergência entre regiões e entre países

Os eurodeputados procuram reduzir as discrepâncias entre os níveis de
pagamentos obtidos à luz das regras vigentes entre agricultores, entre
regiões (convergência interna) e entre Estados-Membros (convergência
externa).

A Comissão da Agricultura do PE introduz uma nova base de cálculo para
definir os montantes por hectare que os agricultores europeus deverão
receber a partir de 2014.

Pagamentos só para os agricultores activos

Os parlamentares clarificam que os pagamentos directos só serão
concedidos a agricultores activos, e não a outras entidades, como
aeroportos ou campos de golfe, que não utilizem os seus terrenos
primordialmente para actividades agrícolas.

Mais apoio aos pequenos, jovens e novos agricultores

A Comissão da Agricultura do PE propõe um estatuto mais vantajoso e
menos burocrático para os pequenos agricultores, prevê a majoração do
pagamento obrigatório para os jovens agricultores nas ajudas directas,
juntamente com apoios ao acesso à terra através de garantias bancárias
ou juros de empréstimos, e a majoração do pagamento para novos
agricultores que possam instalar-se pela primeira vez,
independentemente da idade.

Sectores específicos

A comissão parlamentar propõe que seja prolongado o regime de quotas
no sector do açúcar e que seja mantido o actual sistema de direitos de
plantação no sector vitivinícola.

Fonte: PE

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/03/08f.htm

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