domingo, 21 de abril de 2013

Apoios públicos a biocombustíveis são «fardo» para países da UE

Peso no orçamento vai ter peso cada vez mais significativo

Por: tvi24 | 2013-04-17 15:56

Os apoios públicos à indústria dos biocombustíveis vão ter «um peso
significativo» nos orçamentos dos países comunitários, se a atual
política para este setor ficar inalterada, concluiu um estudo
divulgado esta quarta-feira por organizações não-governamentais,
citado pela Quercus.

Em comunicado, a Quercus refere que o estudo realizado pelo Instituto
Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD na sigla em
inglês) mostra que, «a manter-se a atual política europeia para os
biocombustíveis até 2020, os apoios públicos à indústria terão um peso
significativo nos orçamentos dos países da União Europeia, alguns já
endividados pela crise financeira».

O estudo destaca que os apoios públicos para os biocombustíveis «são
da mesma ordem de grandeza que o custo de investimento necessário para
a indústria automóvel reduzir as emissões de dióxido de carbono [CO2]
dos novos veículos ligeiros de passageiros, um investimento que
poderia evitar a emissão de 40 milhões de toneladas de CO2, e ser
compensado através da redução das importações de petróleo».

Chamado «Biocombustíveis ¿ A que custo? Uma revisão dos custos e
benefícios da política de biocombustíveis da União Europeia», este
relatório analisa os vários apoios públicos atribuídos pelos governos
à indústria para a produção, incorporação e consumo de biocombustíveis
no mercado europeu.

A manterem-se os atuais objetivos e política europeia, diz a Quercus,
«a incorporação de biocombustíveis poderá atingir 8,6% em 2020,
sobretudo, biodiesel», e vai exigir apoios públicos adicionais que
«poderão chegar a um total de 33,1 mil milhões de euros entre 2014 e
2020».

Os ambientalistas salientam que, se uma proposta apresentada pela
Comissão Europeia for aprovada, «os apoios públicos anuais para os
biocombustíveis poderão ir dos 9,3 [mil milhões] aos 10,7 mil milhões
de euros», incluindo isenções fiscais pagas pelos Estados (5,8 mil
milhões), aumento de preço pago pelos consumidores (318 milhões a 736
milhões para bioetanol e três a quatro mil milhões para biodiesel) e
fundos para investigação e desenvolvimento (52 milhões).

O estudo mostra ainda que «os apoios públicos são inferiores ao volume
de negócios da indústria europeia de biocombustíveis (estimado entre
13 e 16 mil milhões de euros) e que os apoios públicos anuais
ultrapassam o investimento feito pela indústria em novas instalações
para produzir biocombustíveis», desde 2004 (6,5 mil milhões de euros).

As organizações Quercus, LPN, SPEA e Oikos defendem que, «num contexto
de atual crise económica que a Europa atravessa, os biocombustíveis
não representam apenas uma ameaça para a política climática e
energética da UE e uma ameaça para a segurança alimentar das
populações mais desfavorecidas dos países em desenvolvimento, mas
também são um fardo para a economia europeia».

http://www.tvi24.iol.pt/economia---economia/biocombustiveis-ue-quercus-combustiveis-custos-fardo/1440457-6377.html

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