sábado, 20 de abril de 2013

ESPECIAL AZEITE

19/04/2013, 16:35

Em 2012, apesar do calor e da falta de chuva que prejudicaram a
colheita nos olivais tradicionais, "porque a plantação moderna já é
regada normalmente, a rega gota a gota", a produção de azeite em
Portugal deverá ter ultrapassado as 70 mil toneladas. Dez anos antes,
a produção tinha sido de 50%, com uma exportação a rondar as 20 mil
toneladas. No ano transato, essas quantidades aumentaram cerca de 25%
com o valor 225 milhões de euros "o mais alto de sempre"
.

Pode iludir as pessoas, mas Portugal não se transformou de repente num
mar de oliveiras emulando o Sul de Espanha, nem azeite a correr a
rodos nos lagares, nem "óleo santo" se converteu no novo ouro líquido
do país. Uma franja importante do sector oleícola nacional ainda se
baseia em métodos de produção arcaicos, nomeadamente, na zona de
Trás-os-Montes e Beiras.

O que ainda vai mantendo a atividade destes produtores, sobretudo os
mais idosos, são os subsídios dados ao setor pela União Europeia. Mas
depois do enorme retrocesso registado na década de 80 do século
passado, o setor do azeite tem vindo a recuperar e a ganhar uma
expressão mais consentânea com a tradição e o potencial oleícola do
país. Toda esta conjuntura, não deixa porém, de ser favorável aos
produtores portugueses, com as produções a crescerem, e a fama do
melhor azeite do mundo a expandir para além fronteiras. Muitas das
plantações de olival intensivo desenvolvidas nos últimos anos,
sobretudo no Baixo Alentejo (onde se localiza o maior olival continuo
do mundo, do grupo Sovena, azeite Oliveira da Serra), já começaram a
produzir, o que vem em certa medida a colmatar a irregularidade da
frutificação dos olivais antigas noutras zonas do País. A opção pela
olivicultura intensiva, de cariz mais industrial, impulsionada pelo
regadio do Alqueva, não tem impedido a entrada em cena de um número
crescente de produtores, muitos dos quais ligados à viticultura.
Empresas como a Cartuxa e a Herdade do Esporão, por exemplo, são hoje
também importantes produtores de azeite. Também no Douro, empresas
renomadas têm vindo a apostar na produção de azeite, como o Castro e a
Syminton cujo exemplo começa a ser replicado por muitos outros
produtores. Um dos fenómenos mais patentes no setor do azeite
prende-se, precisamente com a entrada no negócio de cada vez mais
produtores de vinho. Muitos destes novos atores estão a trazer para a
olivicultura ideias novas, apostando cada vez mais na imagem, e
conjugada com os vinhos, como "Grande Escolha","Superior","Selecção"
ou "Premium". Para tudo isto, tem contribuído também em certa medida,
a modernização dos lagares e dos métodos de colheita e de produção que
têm ocorrido nos últimos anos começam já, a dar os seus frutos. Assim
neste contexto, as exportações cresceram de forma ininterrupta desde o
ano de 2005, em particular para o Brasil - compra 50% do azeite que
consome - Estados Unidos, Venezuela, Angola e Cabo Verde. Países como
a Rússia e, sobretudo, a China começam a ganhar importância nos
mercados, com futuro promissor na exportação. A qualidade geral do
azeite reconhecida pouco a pouco, tem vindo a converter-se num
alimento essencial da nossa dieta, aliando a uma grande dimensão aos
seus conhecidos benefícios para a saúde. O principal ácido gordo do
azeite, ácido oleico, é o mais resistente à oxidação em relação a
outras gorduras, contribuindo, de forma eficaz, para a redução do mau
colesterol e o aumento do bom. Gastronomicamente, o azeite tem várias
aplicações com maiores benefícios que, qualquer outra gordura. A sua
maior estabilidade torna-o mais resistente às altas temperaturas,
atingidas ao longo da fritura, comparando-o com os óleos alimentares
produzidos através das oleaginosas.

Por tudo o que foi exposto, concluímos que, o azeite ganhou uma
notoriedade e valorização sem procedentes com substancial aumento no
consumo. Se na década de 90 em Portugal era de 3,3kg. Hoje é da ordem
dos 8,3kg per capita.

Carlos Venâncio

http://www.imprensaregional.com.pt/crescendo/index.php?info=YTozOntzOjU6Im9wY2FvIjtzOjExOiJub3RpY2lhX2xlciI7czo5OiJpZF9zZWNjYW8iO3M6MjoiMTciO3M6MTA6ImlkX25vdGljaWEiO3M6NDoiMTA1NiI7fQ==

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa noite,
Exite um olival maior que de Sovena, de uma empresa espanhola que ronda as 1.000 ha. em alentejo.

Obrigado,

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