sábado, 20 de abril de 2013

Eurodeputados “chumbam” proposta da Comissão para o mercado do CO2

16 Abril 2013, 13:27 por Miguel Prado | miguelprado@negocios.pt
1
0
inShare1
Entre os mais de 700 parlamentares, foi com uma diferença de menos de
20 votos que foi reprovado o projecto de Bruxelas para retirar o
excesso de licenças de emissão, provocando uma nova desvalorização dos
títulos de CO2 para mínimos históricos.

O Parlamento Europeu votou esta terça-feira contra a proposta da
Comissão Europeia para adiar os leilões de uma parte das licenças de
CO2 previstas para o período de 2013-2015, projecto que visava
diminuir o excesso de títulos no mercado e assim fazer subir o valor
das licenças, que este ano atingiu mínimos históricos.



A proposta de Bruxelas foi "chumbada" após uma votação muito dividida,
em que 334 eurodeputados disseram "não", enquanto 315 votaram
favoravelmente a proposta também conhecida como "backloading", que
previa o adiamento para 2019-2020 de um lote de licenças equivalentes
a 900 milhões de toneladas de CO2.



O desfecho confirma a fractura que o tema tem provocado em termos
políticos, conforme notou o eurodeputado António Correia de Campos,
que segunda-feira disse ao Negóciosque "o assunto corta
horizontalmente todas as delegações [no Parlamento Europeu]" e que a
proposta de Bruxelas "levou pancada de todos os lados, à esquerda e à
direita".



A ideia da Comissão Europeia, ao adiar para o final da década a venda
de uma parte das licenças de CO2, era estimular a recuperação do preço
das emissões, reabilitando um mercado que tem estado deprimido em
grande medida devido ao excesso de licenças (que até 2012 eram
entregues gratuitamente ao sector eléctrico, por exemplo), decorrente
do abrandamento das emissões, devido à queda da actividade económica.



O "chumbo" do Parlamento Europeu fez a cotação das licenças afundar
40%, para um novo mínimo histórico de 2,63 euros por tonelada.



Um dos receios daqueles que se vêm posicionando contra a proposta da
Comissão Europeia era de que a subida de preço do CO2 causasse
constrangimentos significativos à indústria europeia, ao aumentar os
seus custos, quer por via directa, pelo encarecimento das emissões,
quer de modo indirecto, pelo aumento dos custos da electricidade
incorporando os preços mais altos do CO2.

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/eurodeputados_chumbam_proposta_da_comissao_para_o_mercado_do_co2.html

Sem comentários:

Enviar um comentário