quarta-feira, 17 de abril de 2013

Menos incêndios este ano devido à chuva intensa

Por Agência Lusa, publicado em 16 Abr 2013 - 13:52 | Actualizado há 17
horas 28 minutos
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O investigador da Universidade de Vila Real Paulo Fernandes afirmou
hoje que se perspetiva a ocorrência de menos incêndios este ano devido
à chuva intensa que se verificou neste inverno/primavera.

Com a chegada do sol, depois de meses de muita chuva, as atenções
começam a voltar-se para a floresta e os incêndios. Oficialmente, a
primeira fase de perigo de ocorrência de fogos arranca a 15 de maio.

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), sediada em Vila
Real, investiga os incêndios de forma contínua desde 1983.

O especialista Paulo Fernandes disse hoje à agência Lusa que a
tendência este ano, mediante as condições atmosféricas verificadas até
ao memento, "é para a área ardida ser inferior à média verificada no
centro e norte do país".

O investigador acredita que, "em princípio, mais chuva na primeira
metade do ano vai corresponder a uma redução da área ardida nesse
ano".

No entanto, ressalvou que a "atividade de fogos e a área ardida
depende mais das condições meteorológicas e de seca que se fazem
sentir no verão do que das condições antecedentes".

Para já, verifica-se que a primeira consequência da precipitação foi o
atrasar das queimas e queimadas, que normalmente são feitas entre
fevereiro e março com vista à renovação de pastagens.

"Não ardeu no inverno e, aqui no norte, verifica-se normalmente uma
época de fogos inverno/primavera e, por outro lado, quando chegar o
verão a vegetação ainda está num estado de humidade que não é muito
favorável à propagação dos fogos", acrescentou.

Paulo Fernandes referiu que Portugal está a sentir dois anos de tempo
que não é normal. Em 2012 foi a seca e o calor e este ano a chuva
intensa.

"A tendência é para uma variação cada vez maior devido às alterações
climáticas", salientou.

Pelo que, na sua opinião, o "grande desafio que se coloca ao país é o
planeamento".

"Conseguir planear todas as operações de prevenção e combate de
incêndios de forma a enfrentar esta cada vez maior variabilidade na
meteorologia e no clima", sublinhou.

O especialista considerou que o planeamento em Portugal "é muito
rígido". "Define-se uma época de incêndios todos os anos e depois há
uma série de procedimento relativamente rígidos, que não é o que se
passa em outros países", referiu.

Paulo Fernandes defendeu um "planeamento mais de curto/médio prazo, em
que procedimentos vão sendo ajustados à medida que as condições vão
mudando".

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais 2013 (DECIF)
consagra quatro fases de perigo, cujo período crítico - a fase Charlie
- decorre de 01 de julho a 30 de setembro, com um total de 237 postos
de vigia, 1.172 equipas, 1.976 veículos e um total de 9.337
operacionais, distribuídos por equipas de vigilância (676), de
vigilância e ataque inicial (396) e de combate (1.102).

Durante as fases Bravo (15 de maio a 30 de junho), Charlie e Delta (01
a 31 de outubro), serão utilizados 45 meios aéreos.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, já anunciou que o
combate aos incêndios florestais, este ano, vai custar 78,5 milhões de
euros (ME), o que reflete um aumento de quase cinco por cento em
relação a 2012.

De acordo com dados do Instituto da Conservação da Natureza e das
Florestas, entre 01 de janeiro e 30 de setembro de 2012, foram
registadas 20.501 ocorrências de fogo, 4.254 dos quais foram incêndios
florestais e 16.247 fogachos, que resultaram em 104.125 hectares de
área ardida, entre 47.534 hectares de povoamentos e 56.591 hectares de
matos.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado
pela agência Lusa

http://www.ionline.pt/portugal/menos-incendios-este-ano-devido-chuva-intensa

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