segunda-feira, 22 de abril de 2013

Milhares de árvores continuam caídas no Pinhal de Leiria após temporal de Janeiro

PÚBLICO e LUSA

22/04/2013 - 15:55

Autarca da Marinha Grande teme que local se transforme num "barril de
pólvora" na época de incêndios.

Temporal de Janeiro derrubou milhares de árvores e provocou estragos
por todo o país FERNANDO VELUDO/NFACTOS


Três meses após o temporal de Janeiro, "continuam tombadas mais de 100
mil árvores" na Mata Nacional de Leiria, disse nesta segunda-feira à
Lusa o presidente da Câmara da Marinha Grande (PS), citando dados da
Protecção Civil Municipal.

"Cerca de 2,5 quilómetros de estradas, arrifes e aceiros estão
obstruídos [só na zona de S. Pedro de Moel], o que constitui um barril
de pólvora para a época de incêndios", sublinhou Álvaro Pereira,
durante uma visita conjunta à mata com dois deputados da Assembleia da
República eleitos pelo PS.

Este pinhal, conhecido como Pinhal de Leiria ou Pinhal do Rei, ocupa
quase dois terços do território do município da Marinha Grande e
pertence ao domínio privado do Estado. Foi muito afectado pelo
temporal de 18 e 19 de Janeiro, que causou prejuízos de milhões de
euros um pouco por todo o país. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi
a mais afectada mas o distrito de Leiria também registou grandes
prejuízos.

Os parlamentares João Paulo Pedrosa e Odete João exigiram ao Governo a
utilização do Fundo de Intervenção Ambiental para proceder à limpeza
da floresta e das vias, pagando a "desempregados ou beneficiários do
Rendimento Social de Inserção" para colaborarem nos trabalhos.

Tanto o presidente da Câmara da Marinha Grande como os dois deputados
lançaram críticas ao Ministério da Agricultura, salientando o facto de
o município ter disponibilizado máquinas e recursos humanos para
garantir uma intervenção de urgência ao longo da mata, o que o Governo
não terá feito.

Um madeireiro "já começou a realizar trabalhos de limpeza, mas não
temos sequer prazos de quando estarão concluídos, mas sabemos que pela
mata está espalhado combustível que pode resultar numa calamidade para
o concelho", alertou o autarca.

Na visita desta segunda-feira foi possível constatar a existência de
vias cortadas e a inexistência de sinalização que previna
automobilistas dos constrangimentos quer ao nível da circulação, quer
de segurança naquela área.

Já no passado dia 9 a Câmara da Marinha Grande acusara o Governo de
não assumir responsabilidades na "limpeza das estradas florestais" no
concelho, cuja circulação está em causa desde o temporal de Janeiro.

Em comunicado, a autarquia salientou que o secretário de Estado das
Florestas se mostrara, durante uma audiência solicitada pelo
município, "totalmente insensível para a resolução do problema,
afirmando inclusive que não constitui prioridade a retirada de árvores
e que não há garantia de que essa limpeza seja efectuada até ao final
do ano".

O presidente da autarquia defendeu que "a omissão de tal dever é uma
opção inaceitável e irresponsável (...) por impossibilitar a acção dos
bombeiros" e lembrou que "um pequeno foco de incêndio poderá assumir
(...) danos inimagináveis para a Mata Nacional", tendo solicitado uma
audiência à ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território, Assunção Cristas. A Lusa questionou o
ministério na ocasião, mas não recebeu qualquer resposta.

http://www.publico.pt/local/noticia/milhares-de-arvores-continuam-caidas-no-pinhal-de-leiria-apos-temporal-de-janeiro-1592140

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