sábado, 25 de maio de 2013

Bruxelas recua na proibição dos galheteiros

Comissão Europeia cede à pressão dos países do Norte e muda
radicalmente de ideias em menos de uma semana.
Daniel do Rosário, correspondente em Bruxelas
12:57 Quinta feira, 23 de maio de 2013
Ana Baião Troca dos galheteiros por garrafas de azeite invioláveis foi
justificada com o combate à fraude e proteção do consumidor e da
qualidade do produto


A Comissão Europeia fez hoje marcha-atrás em relação à intenção de
tornar obrigatória em toda a União Europeia a utilização de garrafas
invioláveis e não reutilizáveis para o azeite servido nos
restaurantes.

Bruxelas queria aplicar a toda a União uma prática já adotada em
Portugal desde 2006, e cujo arranque não foi isento de polémica, uma
medida justificada com a necessidade de combater a fraude, proteger o
consumidor e a qualidade do produto.

A proposta da Comissão foi longamente discutida pelos governos da
União e acabou por recolher o apoio de 15 dos 27 países. Estes, no
entanto, não reuniam a chamada maioria qualificada de votos, o que
deixava a decisão final nas mãos do Executivo comunitário.

E perante o vendaval de críticas oriundo do Norte da Europa ao longo
da última semana (da parte de eurodeputados e governos, como o Reino
Unido), onde curiosamente se consome pouco e não se produz nenhum
azeite, o comissário europeu responsável pela agricultura, o romeno
Dacian Ciolos, anunciou hoje o abandono da sua proposta, com o
argumento de que a mesma "não está formulada de forma a recolher um
apoio alargado dos consumidores".

Eurodeputado acusa Barroso de subserviência


Depois de ter desencadeado a fúria do Norte da Europa, o recuo de
Bruxelas está agora a provocar a revolta do Sul.

Logo após o anúncio da Comissão esta quinta-feira, Capoulas Santos
enviou uma carta a Durão Barroso onde se diz "perplexo e indignado"
com esta mudança de planos, na sequência do que considera ter sido a
"campanha" lançada contra esta medida.

"Considero esta decisão inaceitável, por revelar uma atitude
subserviente face a grupos de pressão cuja motivação e objetivos visam
claramente atingir a imagem de um produto saudável e de qualidade",
escreve o eurodeputado do PS.

Capoulas, que é o relator do Parlamento Europeu para a reforma da
Política Agrícola Comum, considera o recuo de Bruxelas nesta matéria
"tão absurdo quanto seria a declaração de obrigatoriedade da venda de
whisky a granel".

E pede a Durão que informe "com urgência" quais as "razões objetivas
que determinaram esta última decisão, no preciso mês em que foi tomada
decisão contrária".



http://expresso.sapo.pt/bruxelas-recua-na-proibicao-dos-galheteiros=f809044

Sem comentários:

Enviar um comentário