sábado, 11 de maio de 2013

Políticas de pacotilha ou de Estado: uma visão florestal

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Paulo Pimenta de Castro

A atividade florestal assenta em investimentos de retorno a longo
prazo, investimentos em ativos biológicos que se sustentam no
Território, que dele fazem uso para proporcionar valor económico, bem
estar social, com destaque para as populações rurais, suportado por
princípios que assegurem a sustentabilidade dos recursos naturais.

Neste contexto, a atividade política, no caso concreto das florestas e
do setor florestal, pode ser definida em duas vertentes:

- A política de pacotilha, onde os responsáveis políticos se preocupam
com questões meramente financeiras, de curto prazo e privilegiam a
indústria "do palito", aquela que gera receita rápida no plano
industrial, mas que pouco acrescenta à Economia Florestal. Numa
"navegação à vista" apostam em estratégias "simplex" de plantar
árvores, como se de votos se tratassem, sem cuidar se as famílias em
cujos terrenos as primeiras são plantadas terão rendimentos que as
permitam administrar comercial e tecnicamente esse arvoredo ao longo
do seu ciclo de vida útil. Ao não cuidar desse rendimento fomentam a
catástrofe.

- A política de Estado, que tem por base a valorização económica, mas
também social e ambiental do Território, assente no estímulo a uma
indústria ambiental, mas também socialmente responsável, cuja
atividade é suportada em parcerias duradoiras com quem assume
realmente o risco do negócio, os proprietários florestais, as tais
famílias acima mencionadas.

Qual das duas vertentes seguem os atuais responsáveis políticos no
Ministério que tutela a atividade florestal?

Oeiras, 10 de maio de 2013

Paulo Pimenta de Castro
Engenheiro Florestal
Presidente da Direção da Acréscimo – Associação de Promoção ao
Investimento Florestal

http://www.agroportal.pt/a/2013/pcastro3.htm

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