sábado, 8 de junho de 2013

Alemanha pressiona Portugal para alterar posição sobre CO2

Em causa a redução de emissões em automóveis novos

Por: tvi24 / FC | 2013-06-08 09:16

A Quercus afirma que a Alemanha está a pressionar o Ministério da
Economia português para que Portugal altere a sua posição e deixe de
defender as metas de redução de emissões de dióxido de carbono dos
automóveis novos.

«A presença da indústria automóvel alemã em Portugal está a levar o
Governo alemão, por diversos canais, a colocar pressão, principalmente
no Ministério da Economia de Portugal, para a sua posição no Conselho
Europeu refletir aquilo que a Alemanha defende», disse à agência Lusa
Francisco Ferreira, da Quercus.

Questionado pela Lusa, o Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e
Ordenamento do Território (MAMAOT) garantiu que Portugal «continua a
apoiar as metas estabelecidas anteriormente no regulamento para
emissões de veículos de passageiros e comerciais ligeiros»,
considerando que «são importantes para assegurar um contributo do
setor dos transportes na redução de emissões no horizonte 2020».

O Ministério liderado por Assunção Cristas salientou também que
«Portugal continua a apoiar as propostas da Comissão e Presidência do
Conselho no sentido de alcançar, ainda durante junho, um acordo entre
o Conselho e o Parlamento que permita dar um sinal de continuidade
desta abordagem após 2020».

A União Europeia (UE) está em processo de aprovação de uma legislação
para tornar obrigatórias metas para o consumo médio de combustível dos
automóveis, para 2020 e 2025, fixando as emissões de dióxido de
carbono (CO2), instrumento que faz parte da política de redução da
libertação de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas
alterações climáticas.

O objetivo é que a UE respeite o limite de 95 gramas de CO2, o que
significa um consumo de 3,7 litros aos 100 quilómetros, e que em 2025
chegue aos 3,2 litros, com benefícios nas emissões.

«A proposta alemã, conhecida sexta-feira, permite à indústria
automóvel exceder os seus limites em 2,5 gramas para além do
atualmente proposto para 2020», segundo a Quercus.

A associação disse ter tido conhecimento de que a posição do governo
português «está a ser alvo de fortes pressões e contactos bilaterais
entre altos representantes de fabricantes da indústria automóvel».

«Estas pressões pretendem influenciar os governos dos Estados Membros
da UE ¿ incluindo Portugal - a não apoiar limites de emissão mais
ambiciosos para 2020», acrescenta.

A agência Lusa contactou o Ministério da Economia para obter um
comentário acerca deste assunto, mas tal não foi possível até ao
momento.

http://www.tvi24.iol.pt/503/economia---economia/co2-quercus-tvi24/1458100-6377.html

Sem comentários:

Enviar um comentário