segunda-feira, 17 de junho de 2013

Cortiça: Chegou o sistema de abertura fácil

Corticeira Amorim e O-I, dois líderes mundiais no respetivo segmento,
associaram-se e desenvolveram rolha e garrafa de vidro com rosca



Rolha e garrafa com abertura fácil
D.R.
17/06/2013 | 06:00 | Dinheiro Vivo

A Corticeira Amorim e a O-I, o maior fabricante mundial de recipientes
de vidro, apresentam hoje, na Vinexpo, em Bordéus, o resultado de
quatro anos de investigação e desenvolvimento conjuntos: o sistema de
abertura fácil com cortiça.

O Helix, assim foi batizado o novo conceito, combina uma rolha de
cortiça ergonomicamente desenvolvida e uma garrafa de vidro com rosca
no interior do gargalo que permite não só uma abertura simples, como
uma fácil reinserção da rolha.

O novo conceito é hoje apresentado naquela que é a maior feira de
vinhos do mundo, mas as primeira garrafas só deverão chegar às
prateleiras dos supermercado durante o próximo ano. Destina-se ao
segmento de vinhos tranquilos de consumo rápido, ou seja, com preço ao
consumidor a situar-se entre os cinco e os dez euros.

Carlos de Jesus, responsável de comunicação da Corticeira Amorim,
salienta que este é o resultado de uma parceria "iniciada há quatro
anos", entre os dois líderes mundiais do setor corticeiro e do vidro,
que, em conjunto, servem "mais de 16 mil caves em todo o mundo". E que
receberam entusiasmo o "inovador 'packaging' de vinho de cortiça e
vidro".

"O Helix foi sujeito a testes exaustivos, com mais de uma dezena de
caves em todo o mundo, e a reação foi extremamente positiva. Houve uma
aceitação muito importante num segmento que representa um pouco mais
de 30% do consumo anual de vinho em todo o mundo", adiantou ao
Dinheiro Vivo o diretor de comunicação da Corticeira Amorim. Ou seja,
qualquer coisa como 4,5 mil milhões de garrafas ao ano.

Itália, França, Portugal e Espanha são os quatro mercados onde a
Corticeira antecipa que o Helix faça uma "entrada mais robusta, nesta
fase inicial de lançamento". Sem especificar o preço final desta nova
solução, Carlos de Jesus assegura que ambas as empresas tiveram
"sempre em conta a necessidade de competitividade do Helix a vários
níveis". Não só em termos do factor preço, mas, também, da facilidade
da sua implementação nas caves.

"Um dos objetivos prioritários em todo o processo de desenvolvimento e
inovação foi garantir que o produto final não implicava grandes custos
ou tempo de adaptação nas linhas de engarrafamento", diz. Nos
equipamentos de engarrafamento mais recentes, por exemplo, assegura
que a "adaptação demora 10 minutos e tem custos residuais".

A empresa assegura, também, estar "perfeitamente consciente" de que o
Helix terá de ser competitivo a nível de custo para as caves, "para
que o produto tenha sucesso".

Sobre o investimento realizado, a Corticeira destaca, apenas, que
"parte substancial" do seu orçamento anual de cinco a seis milhões de
euros para I&D foi alocado a este projeto que, além de preservar toda
a imagem ligada ao consumo de vinho, já que "mantém o som festivo, o
'pop' caraterístico associado à abertura da garrafa, mantém, também,
inalteradas as características técnicas intrínsecas do vinho e da
rolha".

Carlos de Jesus destaca, ainda, que uma inovação "deste calibre, tem
um papel que está muito para além do seu impacto direto", na medida em
que "será fundamental para reforçar a capacidade competitiva da
própria indústria corticeira portuguesa, o único setor em que somos
líderes mundiais".

Já António Amorim, CEO da Corticeira, destaca que o Helix "vai ao
encontro da crescente exigência de sustentabilidade e de qualidade por
parte dos consumidores, respondendo simultaneamente às necessidades da
indústria vinícola que, cada vez mais, faz uma gestão criteriosa do
valor das suas marcas".

Por seu turno, Eric Bouts, presidente da O-I Europa, salienta que o
futuro da inovação passa pelo estabelecimento de parcerias. "Este é um
exemplo concreto do que pode ser alcançado quando se juntam os líderes
mundiais de embalagem de vidro e de cortiça, satisfazendo tanto os
consumidores como a fileira do vinho", frisa.

Com um volume de negócios superior a 500 milhões de euros, obtidos com
presença em 103 países, a Corticeira Amorim vende, só no segmento de
rolhas, 3,6 mil milhões de unidades ao ano. Já a multinacional
americana O-I (Owens-Illinois) tem 79 fábricas em 21 países, dá
emprego a mais de 22.500 pessoas e gera receitas anuais de sete mil
milhões de dólares (5,25 mil milhões de euros).

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO176803.html?page=0

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