quinta-feira, 20 de junho de 2013

Três investigadores em agrobiotecnologia laureados com o World Food Prize 2013

Há 30 anos, os "pais" das primeiras plantas transgénicas - Marc Van
Montagu (Bélgica), Mary-Dell Chilton e Robert T. Fraley (Estados
Unidos da América) apresentaram-nas ao mundo num congresso científico
na Flórida (EUA). Hoje foram laureados com o World Food Prize 2013,
considerado como o "prémio nobel" da área alimentar.

Ao longo das suas vidas os três investigadores deram contributos
excepcionais para o desenvolvimento científico da moderna
biotecnologia de plantas, abrindo portas para o melhoramento de
culturas agrícolas que actualmente permitem alimentar o mundo de forma
mais eficiente e sustentável.

Este prémio reconhece contribuições em áreas alimentares, como a
ciência e a tecnologia alimentar e agrícola, a produção, o marketing,
a nutrição, a economia, a redução da pobreza, a liderança política e
as ciências sociais.


Laureados com o World Food Prize 2013: Marc Van Montagu, Mary-Dell
Chilton e Robert T. Fraley

Durante o anúncio, Kenneth M. Quinn, presidente do World Food Prize,
destacou o impacto e o potencial do trabalho dos três laureados.
Declarou que os investigadores são reconhecidos pela sua independência
e pelas suas concretizações individuais excepcionais na fundação,
desenvolvimento e aplicação da moderna agrobiotecnologia. Quinn
acrescentou ainda que o seu trabalho possibilitou aos agricultores
produzirem culturas que apresentam maiores produtividades, resistência
a insectos e a doenças e com a capacidade para tolerar variações
extremas de clima.

O laureado Marc Van Montagu, declarou que este prémio reconhece
concretizações preciosas para a sociedade. Montagu explica: "Estou
muito honrado por ter sido laureado. Para mim, o prémio destaca a
importância da tecnologia dos OGM [organismos geneticamente
modificados] como contribuição para a produção alimentar sustentável.
Ao mesmo tempo que me sinto satisfeito com o prémio, percebo que
existe um longo caminho a percorrer antes de esta tecnologia ser
completamente reconhecida para produzir culturas e variedades
essenciais à segurança alimentar de pequenos agricultores nos países
menos desenvolvidos. Espero que este prémio abra portas para a Europa
abraçar os benefícios desta tecnologia, uma condição essencial para a
aceitação global das plantas transgénicas.".

O ano 2013 marca também o 60º aniversário da descoberta da dupla
hélice da molécula de DNA por James Watson, Francis Crick and Morris
Wilkins. Durante os últimos 60 anos, a ciência da genética molecular,
também denominada como Nova Genética, abriu oportunidades fora do
comum para moldarem o futuro da agricultura, da indústria, da medicina
e da protecção do ambiente.

Foi com base nesse conhecimento que os três pioneiros - Van Montagu,
Chilton e Fraley – conduziram, de forma independente uns dos outros, a
investigação molecular que abriu caminhos para compreender o modo como
uma bactéria poderia ser usada como ferramenta para a inserção de
genes em células de plantas. Esse conhecimento contribuiu para o
melhoramento genético de plantas com características muito
interessantes para agricultura, a indústria, a medicina, a protecção
ambiental e a alimentação.

As descobertas destes investigadores revolucionaram a biotecnologia –
cada um eles a trabalhar em instituições diferentes –, pois
desvendaram a forma de transformar células vegetais utilizando
técnicas de DNA recombinante. A sua investigação é a base do
desenvolvimento das culturas geneticamente modificadas - também
conhecidas por culturas transgénicas – que em 2012 foram cultivadas em
170 milhões de hectares em todo o mundo, por 17,3 milhões de
agricultores (sendo que 90 por cento são pequenos agricultores de
países em desenvolvimento).

Fonte: CiB

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/06/20d.htm

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