sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Caça à Rola-brava: Moratória e estudos são urgentes para salvar esta espécie em declínio

Nas vésperas de mais uma abertura da época de caça, a LPN – Liga para
a Protecção da Natureza – frisa a necessidade de se decretar uma
moratória à caça sobre esta espécie e que durante este período se
realizem estudos a nível mediterrânico sobre o declínio que ocorre não
só em Portugal, mas também em Espanha, França e Reino Unido. A caça à
rola-brava representa um perigo iminente e imediato para a manutenção
da espécie. É urgente suspendê-la!

A Liga para a Protecção da Natureza e a Federação Portuguesa de
Caçadores apelam a uma moratória de 2 anos da caça à rola-brava, com o
início imediato da realização de estudos para perceber não somente o
impacto da caça na rola-brava, senão mesmo os fenómenos que têm
determinado o seu declínio continuado. O declínio das populações de
rola-brava (Streptopelia turtur) na Europa terá atingido perto dos 70%
na última década e é urgente que se inicie um processo de conservação
desta ave migratória que sempre povoou os campos e as florestas de
Portugal. Para aqueles que disputam a fiabilidade dos dados é de
frisar que a Directiva Aves mantém a necessidade de se utilizar o
princípio de precaução para situações em que se desconhece como se
comporta a espécie, exemplo claro da rola-brava.

Outras espécies cinegéticas mereceriam também uma maior atenção face
às suspeitas de declínio que se sentem no campo, um pouco por todo o
país, contudo a rola-brava está, de facto, a chegar a um possível
ponto de não-retorno no que diz respeito à sua sustentabilidade
cinegética em Portugal, pelo que é preciso agir de imediato
consertando esforços entre todas as partes envolvidas nesta actividade
e entre os países que são abrangidos pelas rotas migratórias desta
espécie.

Os vários debates e workshops mantidos sobre estas medidas urgentes
têm sido frustrados com a ideia de que só é possível uma moratória
quando todos os países em que se caça a rola-brava a decretem em
conjunto. Ora perante o contínuo declínio, estes termos são repetidos
em todos os países cujas autoridades e organizações venatórias, ao
abrigo de não poderem implementar estas medidas de urgência
nacionalmente, mantêm a caça à rola-brava e continuam a promover o
declínio da espécie. Em Portugal a manutenção da caça à rola-brava é
um engano, uma vez que cada vez há menos exemplares para ser caçados,
e portanto mantém-se apenas a cobrança das licenças, não havendo nada
que caçar.

A LPN e a Federação Portuguesa de Caçadores lançam o apelo ao Governo,
nas pessoas do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento
Rural e do Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da
Conservação da Natureza, a que aprove esta medida de excepção que é a
moratória e que promova o diálogo internacional entre tutelas da caça,
organizações do sector da caça, organizações ambientalistas,
universidades e centros de estudos ligados à temática, federações
internacionais de caçadores e organizações internacionais de
conservação da natureza e aves, no sentido do início o mais
rapidamente possível dos estudos sobre o declínio da Rola-brava. Há
pessoas que se dedicam ao estudo esta temática em todos os países em
que este declínio se verifica – é preciso promover a articulação de
conhecimentos para recuperar a Rola-brava. A moratória e o estudo
internacional são duas medidas da máxima urgência.

Lisboa, 13 de Agosto de 2012

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/08/14a.htm

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