domingo, 25 de agosto de 2013

Presidente da Escola de Bombeiros critica ausência de política florestal

Publicado em 2013-08-23


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O presidente da Escola Nacional de Bombeiros afirmou, esta
sexta-feira, que a "ausência de uma política florestal" é a grande
responsável pelos fogos que lavram em Portugal, garantindo que todos
os bombeiros recebem formação para combaterem incêndios florestais.


foto RUI DA CRUZ / GLOBAL IMAGENS
Bombeiros consternados após morte de colega


"A grande responsabilidade de toda esta situação é a ausência de uma
política florestal e o abandono da floresta portuguesa", afirmou José
Ferreira, em declarações à agência Lusa.

Só na quinta-feira, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC)
registou 235 incêndios, que foram combatidos por 4047 operacionais,
com o auxílio de 1085 veículos.

O presidente da Escola Nacional de Bombeiros recordou que, "aqui há
uns anos, nos grandes incêndios de 2003, se dizia que esses grandes
incêndios poderiam constituir uma boa oportunidade para o país para
fazer uma política florestal". No entanto, referiu, "passaram dez anos
e tudo continua igual".

Na quinta-feira, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo,
considerou que os incêndios que lavram no país desde domingo, são, em
parte, uma inevitabilidade. "É, em parte, uma inevitabilidade, dado o
estado de abandono em que está uma grande parte da floresta
portuguesa", defendeu o governante.

José Ferreira diz que "não se pode continuar a insistir na questão dos
bombeiros [eventual falta de formação para combaterem fogos
florestais]", considerando que o que é necessário é "inverter o rumo
para uma situação de prevenção, alteração da política florestal deste
país".

De acordo com o presidente da Escola Nacional de Bombeiros, qualquer
"bombeiro (profissional ou voluntário) tem obrigatoriedade de, ao
longo da sua carreira - quando ingressa como bombeiro de 3.ª, quando
sobe a bombeiro de 1.ª ou quando sobe ao posto de chefe - fazer
formação na área de combate a incêndios florestais".

José Ferreira sublinhou que, durante o período de maio/junho, a Escola
organizou pela primeira vez "um curso especial para quadros de
comando, para os incêndios de maior dimensão, um curso intensíssimo
durante uma semana, com treino no terreno e com simulações de treino
noturno".

Desde o início do ano, três bombeiros morreram e 34 ficaram feridos no
combate a incêndios.

O caso mais recente ocorreu, na quinta-feira, na Serra do Caramulo,
distrito de Viseu, onde uma bombeira morreu e outros seis ficaram
feridos, estando um deles internado no Hospital de São João, no Porto,
com "prognóstico muito reservado".

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3384096&page=-1

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