quarta-feira, 25 de setembro de 2013

7 anos do SOL: Sete mulheres no poder

24 de Setembro, 2013por Helena Pereira, Manuel A. Magalhães e Sónia Graça
Ainda são poucas as mulheres que chegam ao topo, mas o país está a
mudar e estes últimos anos foram particularmente ricos deste ponto de
vista. Temos a presidente da AR, a PGR, ministras e líderes de
partidos e de uma grande fundação.

Assunção Cristas: Super-ministra e mãe modelo

A ascensão foi meteórica. Em quatro anos, passou de activista
anti-aborto (que se destacou num debate televisivo no Prós e Contras,
chamando a atenção de Paulo Portas) a titular de um super-ministério
(Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território) que agora se
desdobrou em dois. Já no cargo, engravidou pela quarta vez,
tornando-se na primeira ministra em Portugal a estar grávida.
Aguerrida e ambiciosa, Cristas é, aos 38 anos, um caso a seguir na
política.

Assunção Esteves: O rosto do Parlamento

É a primeira a ocupar o segundo posto da hierarquia do Estado, a
presidência da Assembleia da República. Foi uma escolha de recurso – o
partido vencedor das legislativas de 2011, o PSD, propôs inicialmente
o médico e ex-candidato presidencial Fernando Nobre. Assunção Esteves,
de 56 anos, já tinha sido a primeira juíza do Tribunal Constitucional,
em 1989. Como presidente da AR, tem tido intervenções polémicas e a
relação com a maioria PSD/CDS não é brilhante.

Maria Luís Albuquerque: No lugar de Vítor Gaspar

Tem a tarefa de tirar Portugal do plano de assistência financeira.
Começou com o pé esquerdo – a sua escolha por Passos Coelho conduziu à
demissão de Paulo Portas e a uma grave crise no Governo. Em público,
Maria Luís e Portas trocam sorrisos. Em privado, arquitectam o próximo
Orçamento do Estado, que ditará o futuro da coligação e do país. Com
uma dívida pública em 118% e os impostos no máximo, a ministra das
Finanças (sucessora de Vítor Gaspar), ficará para a História. Resta
saber, se por bons ou maus motivos.

Joana Marques Vidal: A primeira PGR

Nunca antes tinha havido uma Procuradora-Geral da República. Tomou
posse em Outubro do ano passado, aos 57 anos de idade, sucedendo a
Pinto Monteiro, por escolha da ministra Paula Teixeira da Cruz. Filha
do juiz jubilado José Marques Vidal, director da Polícia Judiciária, a
magistrada estreou-se em 1979 nas comarcas de Vila Viçosa, Seixal e
Cascais, mas especializou-se no direito da família e dos menores. Com
sensibilidade de esquerda, presidiu à Associação Portuguesa de Apoio à
Vítima.

Manuela Ferreira Leite: 'Dama de Ferro' do PSD

Ministra várias vezes, em 2008 tornou-se a primeira mulher a liderar
um partido. Mais por dever do que por vocação, e empurrada por um
sector conservador do PSD que não se revia no liberal Passos Coelho.
Perdeu as eleições em 2009 para José Sócrates, mas esta cavaquista viu
reforçada a autoridade política após o país ser obrigado a pedir um
resgate financeiro – fruto da débil situação para a qual vinha
alertando.

Catarina Martins: A contracenar na liderança do BE

Desde o final de 2012, que a actriz de 39 anos é protagonista (com
João Semedo) de uma 'bicefalia' inédita na liderança partidária. Uma
particularidade que se deve ao facto de as forças fundadoras do Bloco
de Esquerda (UDP, PSR e Política XXI) continuarem a influenciar as
principais escolhas. Catarina Martins, deputada do BE apenas desde
2009 (antes disso uma desconhecida), passou à frente de figuras com
maior currículo para ajudar a substituir Francisco Louçã.

Maria de Lurdes Rodrigues: Remodelada mas não vencida

Como ministra da Educação de José Sócrates, gerou uma forte
contestação, mas, mesmo sendo remodelada, não se afastou da política.
Foi convidada para suceder a Rui Machete, o social-democrata que
esteve 22 anos na presidência da Fundação Luso-Americana para o
Desenvolvimento. Lurdes Rodrigues, 57 anos, mostra que a política não
foi um intervalo na carreira.

helena.pereira@sol.pt, manuel.a.magalhaes@sol.pt esonia.graca@sol.pt

http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=86282

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