sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Confederação da Agricultura reclama indemnização para danos dos fogos

Precisa-se de nova floresta


2013-09-02
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defende que são
necessárias novas políticas agro-florestais para prevenir os fogos na
floresta e reclama que as populações sejam indemnizadas pelos
prejuízos provocados pelos incêndios.

Em comunicado, a direcção da CNA constata que, "assim que se conjugam
condições climáticas mais propícias, aí temos os incêndios florestais
com o seu cortejo de destruição e tragédias." As chamas destroem os
haveres e provocam o desespero das populações, enquanto os "bombeiros
andam exaustos e, lamentavelmente, alguns perdem a vida." As
corporações de bombeiros perdem equipamentos e ficam sem recursos
financeiros e as televisões mostram, em directo e em diferido,
reportagens alucinantes do "espectáculo".

"Os governantes falam, falam e, para desviar as atenções do essencial,
centram-se nas detenções dos suspeitos de fogo posto", descreve a CNA.
O mau estado geral da floresta portuguesa, acrescenta o comunicado,
leva a que qualquer acidente ou imprudência tenham "a 'potência de uma
bomba de napalm". As causas para este quadro residem, segundo a CNA,em
"políticas agrícolas e florestais verdadeiramente ´pirómanas´"; em
"más políticas agro-florestais aplicadas por sucessivos governos ao
longo de muitos anos; na ruína da agricultura familiar e no êxodo das
populações rurais.

A falta de prevenção de incêndios florestais de forma sistemática e
organizada; a ausência de ordenamento florestal, de que apenas tira
proveito a floresta industrial (monocultura) de espécies de
crescimento rápido, são outros motivos apontados pela CNA para a
actual situação de risco da floresta portuguesa. Continua-se a gastar
no combate aos fogos quase quatro vezes do que é previsto para a
prevenção e,salienta o comunicado, "às más políticas agro-florestais,
o Governo junta imposições fiscais sobre a lavoura, que vão provocar
ainda mais abandono da actividade agrícola."

A CNA reclama do Governo "o levantamento criterioso dos prejuízos
(culturas, gado, alfaias, equipamento, habitações, entre outros) que
atingem severamente os agricultores, os produtores florestais e a
população em geral para atribuir indemnizações a serem pagas com a
maior urgência. A direcção nacional da CNA remata, no comunicado: "São
necessárias outras e melhores políticas agro-florestais", a par de
"outro Governo capaz de as definir e aplicar."

http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=13875

2 comentários:

Carlos Gonçalves disse...

De facto é óbvio que os fogos se devem a atos criminosos, porém não menos verdade é o total desinteresse que os proprietários dos terrenos têm na sua limpeza (onde se inclui o próprio Estado). Se vamos optar por compensações monetárias não tardará a que as matas sejam propositadamente deixadas ao abandono para colher indemnizações futuras. O que se devia exigir era tão somente o cumprimento da legislação em vigor relativa à limpeza das matas e das áreas previstas. Qualquer compensação pelos danos dos incêndios mais não será do que populismo. É hora das autarquias exercerem a sua função fiscalizadora onde caberia muito bem esta competência e levar-se a cabo a notificação dos proprietários mais distraídos. As autarquias não podem somente promover politicas eleitoralistas e devem zelar pelo interesse publico.

Anónimo disse...

É de facto surpreendente como nos dias de hoje se censuram comentários. De forma respeitosa comentei a presente noticia, dignaram-se porém a achar da sua não publicação.
Desta feita seria sensato eliminar este espaço.
Cumprimentos

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