quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Exportações: Americanos anunciam como podem os vinhos nacionais crescer nos EUA

A comitiva norte-americana de especialistas em vinho que visitou na
semana passada a região vitivinícola do Tejo e que compreendia
jornalistas, empresários de restaurantes, importadores e sommeliers,
deixou em Portugal uma mensagem muito importante para os produtores
nacionais.

"Os vinhos portugueses têm que construir uma imagem mais assente na
cultura e na história do país para penetrar no mercado americano e não
cingir-se apenas a uma ou duas boas marcas de vinho, como aconteceu
com os australianos e argentinos, que hoje estão com maiores
dificuldades, porque o consumidor cansou-se e procura novos sabores",
defendeu, em conferência de imprensa, Candela Prol, sommelier e wine
educator norte-americana.

Naquela conferência, organizada a semana passada, a bordo do 'Lisboa
vista do Tejo' pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo),
Adele Capela, importadora norte-americana, defendeu também que a
penetração dos vinhos portugueses nos EUA tem que ser feita de forma
tradicional, sempre através de importadores que, por sua vez, tratarão
da relação com os distribuidores, o trade e a restauração.

"O mais importante é que o importador acredite nos vinhos que está a
comercializar, pois este é um negócio de carácter muito pessoal e, a
partir do momento em que acreditamos no vinho vamos fazendo a
introdução no mercado por fases, primeiro num ou dois estados e, só
depois, apresentar aos demais", explica a empresária.

Para Adele Capela, a estratégia dos vinhos portugueses não pode apenas
assentar no 'mercado da saudade', mas antes pela excelente relação
qualidade preço que estes apresentam.

No decorrer da conferência foi ainda abordado o perfil do consumidor
de vinho norte-americano que está mais disponível para procurar novos
sabores, onde se enquadra o vinho nacional.

"O consumidor de vinho dos EUA situa-se na casa dos 30 anos e é
exigente no que diz respeito à relação qualidade preço dos vinhos que
compra", afirma Adele Capela.

Por outro lado, Candela Prol, defendeu que a aposta nas denominações
de origem e nas castas portugueses é muito importante, uma vez que o
consumidor norte-americano está constantemente à procura de novas
tendência, sabores e experiência na prova de vinhos.

Esta sommelier reforçou, ainda, a vantagem apresentada pelos vinhos
portugueses em relação aos de outros países, uma vez que combinam com
toda a gastronomia mundial e não apenas com a do próprio país.

"A restauração é muito importante no crescimento da exportação dos
vinhos portugueses nos EUA, visto que, para além de ser o local ideal
para promoção de um vinho, os preços apresentam margens de cerca de
300%", explica a mesma responsável.

OS VINHOS DO TEJO NOS EUA

Os EUA têm sido um mercado de grande importância para os Vinhos do
Tejo, principalmente nos últimos 2 anos, onde apresentaram
crescimentos na ordem dos 119%.

"Num espaço de cinco anos queremos quadriplicar o volume de litros
exportados para os EUA, atingindo o valor de cerca de 2.500 litros
comercializados', afirmou na mesma conferência de imprensa José Pinto
Gaspar, presidente da CVR Tejo.

Segundo este responsável, o mercado norte-americano é muito
importante, não só por ser o maior mercado importador de vinhos a
nível mundial, mas também, porque, ao ser uma referência, é uma porta
aberta na exportação para outros países.

A filosofia a adoptar pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo
passa pela consolidação nos mercados onde os vinhos da região estão
presentes.

"Já este ano devemos exportar €1M, e devemos duplicar este volume já
em 2014", conclui.

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/10/30c.htm

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