terça-feira, 29 de outubro de 2013

Proposta: Federação nacional de caçadores e proprietários quer alterações na legislação do setor

Proprietários de caça obrigados a ter seguro

Objetivo é ressarcir caçadores e automobilistas de danos provocados
pela caça maior.

28 de Outubro, 08h06


Por:Alexandre M. Silva/André Pereira



Os proprietários de zonas de caça poderão ser obrigados na próxima
época veneratória a ter um seguro para ressarcir terceiros de
prejuízos decorrentes de acidentes provocados por caça maior. A
proposta, apresentada na última semana ao Ministério da Agricultura
pela Federação Nacional de Caçadores e Proprietários (FNCP), já está a
ser analisada e poderá ser enquadrada na futura alteração do regime
jurídico da caça.

"Há centenas de casos por ano no País relacionados com acidentes
provocados por caça maior. Não só balas perdidas da caça ao javali ou
veados que vão ao encontro de viaturas, como também as colisões entre
carros e animais que saem das zonas de caça para as vias", referiu ao
Correio da Manhã o secretário-geral da FNCP, Eduardo Biscaia.

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O responsável sublinha, no entanto, que apesar deste tipo de acidentes
ter cobertura pelo seguro automóvel contra todos os riscos, a maioria
das pessoas tem condições para ter um seguro deste tipo. "Muitos
automobilistas não têm este seguro e depois têm de suportar os
prejuízos", explicou Eduardo Biscaia, que deu como exemplo um caso
ocorrido em Mora, no Alentejo: "Uma condutora colidiu com o carro num
javali proveniente de uma zona de caça turística e há mais de um ano
que ninguém assume os danos na viatura". Segundo o dirigente da
federação, que representa 22 mil caçadores, o Ministério da
Agricultura remeteu a proposta para o Instituto da Conservação da
Natureza e Florestas.

Entre as propostas da FNCP está ainda a abolição da caça aos javalis
pelo método de espera à noite. Nos últimos dez anos, tem-se agudizado
a crise no setor da caça, com uma quebra no número de caçadores.

Pedida mais proibição em área ardida

A proibição da prática da atividade cinegética nas áreas ardidas dos
atuais 30 dias para um ano foi outra das propostas apresentadas pela
Federação Nacional de Caçadores e Proprietários (FNCP) ao Governo.
"Não faz sentido a caça nas zonas ardidas ao fim de um mês.

Para além de haver muito pouca caça, a que existe é facilmente
abatida, porque não tem refúgios", refere Eduardo Biscaia,
considerando como prioritária a "reflorestação e o repovoamento das
espécies" nas áreas afetadas pelos fogos. A federação de caçadores
também propôs a criação de novas cartografias, mais pormenorizadas.

Vírus está a dizimar coelhos

A população de coelhos-bravos em Portugal diminuiu entre 80 a 90 por
cento, devido a uma nova estirpe do vírus que provoca a doença
hemorrágica. "Tem uma mortalidade muito elevada. Em algumas regiões
atinge 90%", explicou ao CM Pedro Esteves, do Centro de Investigação
em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto.

A nova estirpe foi descoberta em França em 2010, identificada em
Espanha em 2011 e chegou a Portugal em 2012. "O coelho-bravo é a base
da cadeia alimentar de todo o ecossistema na Península Ibérica. É
alimento para o gato-bravo, raposa, todas as aves de rapina e do
lince-ibérico", realçou o investigador, alertando para os problemas
associados ao seu desaparecimento: "Todo o ecossistema, conforme o
conhecemos, pode desaparecer".

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/proprietarios-de-caca-obrigados-a-ter-seguro014245373

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