quarta-feira, 13 de novembro de 2013

As Plantas Aromáticas Medicinais e Condimentares em Portugal Continental

Nos últimos anos assistiu-se ao aparecimento de novas explorações
dedicadas à produção de plantas aromáticas, medicinais e
condimentares, PAM, em Portugal Continental.

Embora com um peso relativamente diminuto comparado com outros
sectores agrícolas, apresenta uma dinâmica de crescimento notável,
atraindo para esta actividade novos produtores.

Esta dinâmica resultou na realização de um inquérito à produção,
impulsionado pelos produtores e associações de desenvolvimento local,
e agora divulgado pelo Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP) do
Ministério da Agricultura e do Mar (MAM).

Os resultados obtidos mostram um sector que duplicou o número de
produtores e área de produção nos últimos anos, devido principalmente
à entrada de recursos jovens, de fora da área agrícola e com elevado
nível de escolaridade, instalados principalmente no segmento do "seco
biológico", ainda em fase de instalação e com elevado potencial de
produção.

O valor real da produção bruta actual foi estimado em 4,7 milhões de
€, mas poderá passar para 13 milhões de € se a área declarada em 2012
entrar em produção.

O retrato elaborado mostra um sector com potencial de crescimento
elevado, quer pelas explorações já criadas mas ainda em fase de
instalação ou início de produção, quer pelos projectos de investimento
aprovados e ainda não concretizados, centrado no segmento das PAM
biológicas para secar.

A situação apresenta-se, contudo, algo complexa para este segmento. A
avaliação do ponto de vista económico mostra fragilidades que se podem
tornar insustentáveis.

As explorações de PAM são, no geral, mão-de-obra e capital-intensivas,
e exigentes do ponto de vista técnico. Se a pequena dimensão e a
existência de apoios públicos facilitaram a entrada no sector, as
exigências técnicas, a necessidade de utilização de mão-de-obra, os
custos financeiros aliados às necessidades de gestão, a que se
adicionam as dificuldades de escoamento, podem constituir-se como
factores limitantes ou adversos. Se a pequena dimensão foi factor de
atracção, esta pode constituir-se como uma forte limitação quando se
trata de colocar o produto no mercado, de forma individualizada.

As PAM estão num mercado em desenvolvimento a nível comunitário e
mundial, para quase todos os tipos de utilização. A necessidade de
criar dimensão para poder aceder a este mercado é, pois, fundamental,
para que o potencial existente possa ser uma realidade.

Por outro lado, se os números do sector são "pequenos", o seu impacto
pode ser substancialmente maior do que os valores em questão induzem,
não mensurável pelos números. A capacidade de criação de emprego em
meio rural é da maior importância, e o sector foi uma porta aberta
para a entrada de jovens agricultores, de fora do sector, com um nível
de formação elevado, introduzindo um factor de mudança no panorama do
sector agrícola português, extremamente envelhecido e com fraco nível
de formação.

As PAM são igualmente uma oportunidade para a diversificação das
explorações já instaladas. O seu sucesso será também o dos territórios
onde se instalam pela criação de emprego gerada.

O estudo está disponível a partir do site do GPP, no seguinte
endereço:http://www.gpp.pt/IPAM/Estudo_PAM_final.pdf.

Fonte: GPP

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/11/12a.htm

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