domingo, 3 de novembro de 2013

Castanha atrai investimento de 10 milhões de euros

O setor da castanha está a atrair novos investimentos nacionais e
internacionais à região transmontana. Os novos projetos em curso já
rondam os 10 milhões de euros e metade é aposta do mercado
estrangeiro.

Em 2012, a castanha contribuiu com 17,5 milhões de euros para as
exportações portuguesas e, segundo Manuel Cardoso, diretor regional de
Agricultura e Pescas do Norte, é "o único setor que, neste momento,
está a fazer com que haja incorporação de capital estrangeiro nos
investimentos na região".

Em declarações à Lusa, o responsável realçou que os novos
investimentos "têm uma componente associada que é muito promissora em
termos de postos de trabalho", com uma laboração menos sazonal ao
trabalharem com outros produtos.

Manuel Cardoso perspetiva que os novos projetos "venham a possibilitar
o aparecimento de dezenas de postos de trabalho, talvez cinco dezenas
durante já o próximo ano". Na região onde se concentram quase 30 mil
dos 35 mil hectares de soutos nacionais, já existem várias unidades
industriais e organizações de produtores que comercializam e
transformam a castanha, que correspondem a 80 por cento das 19 mil
toneladas de produção anual de castanha.

Das quatro "Denominações de Origem Protegida" (DOP) para a castanha
que existem em Portugal, três centram-se em Trás-os-Montes: a Castanha
da Terra Fria, Castanha da Padrela e Castanha dos Soutos da Lapa.
Em menos de três décadas, o castanheiro passou de "árvore do pão" -
que alimentava os mais pobres da população rural do interior - a fonte
de riqueza, com real expressão económica no rendimento agrícola
familiar.

Hoje em dia, a castanha é aceite no mercado como um "artigo de luxo" e
aquela que é produzida na região de Trás-os-Montes destina-se
essencialmente à exportação para países como Itália, Brasil, França,
Suíça, Canadá, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Espanha,
Angola, Estados Unidos da América, Áustria, Cabo Verde, entre outros.

A área de soutos de castanheiros mais do que duplicou em Portugal, com
especial expressão nos últimos dois anos, mas o diretor regional
acredita que ainda é possível duplicar este número e tornar o país
mais competitivo em relação a outros países produtores.

"Estou a apelar aos jovens e a todas as pessoas que tenham terrenos
disponíveis e que não precisem da sua utilização imediata. Os
castanheiros não começam a produzir no ano em que são plantados,
começam a produzir apenas alguns anos depois. Acho que nós devemos
tomar isso como sendo um investimento estratégico para a nossa
região", afirmou.

http://boasnoticias.sapo.pt/noticias_Castanha-atrai-investimento-de-10-milh%C3%B5es-de-euros_17646.html?page=0

Sem comentários:

Enviar um comentário