terça-feira, 19 de novembro de 2013

Cooperativa de Felgueiras paga um milhão de euros aos associados antes do Natal

Lusa19 Nov, 2013, 17:52

A Cooperativa de Felgueiras anunciou hoje que vai pagar até ao Natal
um milhão de euros aos associados, frisando a direção que o desfalque
de 120.000 euros recentemente detetado "não compromete a solidez
financeira".

Em declarações à Lusa, o presidente da direção, Casimiro Alves,
garantiu que a situação financeira da cooperativa é hoje "mais sólida"
do que acontecia há dois anos quando assumiu aquele cargo.

Por isso, assinalou, haverá condições financeiras para, pela primeira
vez antes do Natal, a instituição pagar cerca de um milhão de euros
aos associados que entregaram este ano, na cooperativa, as suas
produções de uvas e quivis.

"Estamos tranquilos com a situação financeira desta casa e os nossos
associados também podem estar. As nossas contas estão em dia com os
fornecedores e os associados", disse, prevendo que o exercício deste
ano aponte para um lucro entre os 300.000 e os 400.000 euros.

Casimiro Alves escusou-se a avançar à Lusa pormenores da auditoria que
está a decorrer às contas da instituição, liderada pela equipa do
revisor de contas da cooperativa.

O dirigente explicou que a falta dos cerca de 120.000 euros na
tesouraria foi detetada recentemente por técnicos no âmbito de "um
trabalho de reestruturação interna" que pretendia, entre outros
objetivos, "blindar os serviços financeiros e de contabilidade".

Quando foi detetado o problema, a funcionária ligada à tesouraria foi
imediatamente suspensa e posteriormente despedida por justa causa.

O responsável financeiro foi suspenso, situação que deverá manter-se
até estar terminada a auditoria, que sustentará ou não indícios de
"negligência" daquele quadro, segundo a direção.

"Está a ser feita uma auditoria exaustiva às contas", insistiu,
admitindo que o trabalho pode abranger os exercícios contabilísticos
de até há cerca de 15 anos.

"Vão ser apuradas todas as responsabilidades até às últimas
consequências", avisou Casimiro Alves, prometendo que o relatório
preliminar vai ser fornecido a todos os associados quando estiver
terminado, o que, previu, deverá demorar entre 15 dias a um mês.

Para o presidente da direção, a eventual convocação de uma assembleia
geral extraordinária para discutir o assunto, como reclamam alguns
associados, seria "extemporânea e uma tentativa de desestabilizar".

Para Casimiro Alves, só fará sentido realizar uma assembleia-geral
quando houver "resultados credíveis" da auditoria.

A revelação de alguns dados nesta fase, alertou, "poderia perturbar a
investigação".

O presidente da cooperativa sublinhou, por outro lado, que a
ex-funcionária suspeita manifestou interesse em ressarcir a
instituição pelo prejuízo que terá provocado.

Uma eventual participação criminal decorrerá dos resultados da
auditoria o do entendimento do departamento jurídico da instituição.

O dirigente assinalou também que os procedimentos que favoreciam a
prática das irregularidades já foram corrigidos, assim como outras
situações que propiciavam a saída de alguns produtos do armazém sem
pagamento, no âmbito de um "circuito de mercadorias que tinha
debilidades".

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=696964&tm=6&layout=121&visual=49

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