domingo, 3 de novembro de 2013

Douro aposta em tecnologia de precisão para gestão da vinha

01-11-2013




O Douro recorre cada vez mais a tecnologia de precisão para gestão das
vinhas, como aeronaves que recolhem imagens que detectam zonas com
vigor diferente, indicativo de doenças ou falta de água, permitindo
uma intervenção mais eficiente.

«Noventa por cento do trabalho e do resultado do vinho está na vinha.
Com uma área de 67 hectares é importante termos o nosso trabalho o
mais optimizado possível», afirmou à agência Lusa a enóloga Gabriela
Canossa, da Quinta Maria Izabel.

O Douro dos socalcos e encostas íngremes possui micro climas, uma
grande variedade de solos e de castas. «Até mesmo dentro da mesma
casta temos imensas variantes no terreno», acrescentou. Por isso, esta
propriedade recorre à fotografia aérea que «permite ver cepa a cepa».

Este trabalho de recolha de imagens é feito por empresas
especializadas que utilizam aeronaves tripuladas ou não tripuladas, os
chamados drones. «Esta tecnologia permite-nos aumentar a eficiência no
trabalho de gestão das vinhas, permitindo-nos trabalhar vastas áreas
de vinha com uma precisão quase à planta», afirmou António Graça, da
Sogrape Vinhos.

O responsável acrescentou que, com estas imagens que são depois
tratadas através de computação avançada, é possível detetar zonas «com
vigor diferente, o que pode indiciar deficiências de nutrição, seja
incidência de doenças ou problemas a nível do abastecimento hídrico»
da videira.

«Em vez de termos que calcorrear dezenas de hectares para fazer essa
verificação é possível, em poucas horas, detectar essas áreas e
imediatamente dar início às operações de correcção», salientou.

Com a informação sectorizada, Gabriela Canossa diz que é possível
colocar um «chip ligado ao GPS do tractor, que fica ligado ao
satélite, que permite que o doseamento dos tratamentos fitossanitários
e de adubação seja feito consoante as necessidades das plantas».
«Permite-nos optimizar as aplicações e baixar custos», frisou.

Este ano, a enóloga fez também «micro vinificações». «Nós conseguimos
hoje dizer aos nossos trabalhadores que é para vindimar, para um
determinado vinho "premium", até, por exemplo, à 25.ª planta daquele
bardo e a partir dali vai para a nossa segunda marca», sustentou.

António Graça referiu que esta tecnologia «não é barata» mas salientou
que, cada vez mais, começam a aparecer fornecedores e soluções mais
acessíveis.

Uma das empresas que está a apostar nesta área é a UAVision, que
desenvolveu um drone, um pequeno quadricopetero, que faz a recolha de
vídeos e fotografias, com imagem visível ou térmica, com imagem
noturna ou infra-vermelho, a que é mais importante para a agricultura.

Estas imagens permitem identificar variações no desenvolvimento
vegetativo das culturas, fazer estimativas de produção ou identificar
as áreas mais susceptíveis de virem a sofrer de pragas e doenças.

João Noéme, um dos responsáveis da empresa, referiu que os drones
podem fazer a «fotografia área à medida do que o agricultor quiser».
«Posso voar a baixa altitude e ter uma precisão maior, com uma área de
fotografia menor, ou voar mais alto em que, para o mesmo tempo de voo
e custo, consigo uma área muito maior com precisões mais baixas»,
salientou.

A UAVision desenvolveu a tecnologia e a partir de Janeiro irá fazer a
prestação deste serviço aos agricultores, que poderá custar cerca de
mil euros por dia de voo, e que incluiu depois o trabalho de
processamento.

Fonte: Lusa

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia47900.aspx

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