sábado, 23 de novembro de 2013

Morreu proprietário do Chá Gorreana dos Açores

23 de Novembro, 2013
A plantação de chá Gorreana
O proprietário da fábrica de chá Gorreana, nos Açores, Hermano Mota,
morreu hoje, disse à Lusa o presidente da junta de freguesia da Maia,
Ribeira Grande, onde existem as únicas plantações de chá da Europa
para fins industriais.

Hermano Mota tinha 72 anos e era o proprietário e responsável pela
plantação e fábrica de chá da Gorreana, a maior das duas que existem
no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, e que são as
únicas que há na Europa.

Segundo disse hoje à Lusa o presidente da freguesia da Maia, Jaime
Rita, Hermano Mota morreu de forma inesperada depois de, ainda na
sexta-feira, ter estado a trabalhar até ao final do dia.

O autarca recordou que Hermano Mota, além de proprietário e
responsável por um dos "ex-libris da região e do país", sempre
"abraçou a causa pública" e era "amigo de ajudar o próximo".

Hermano Mota foi presidente da câmara da Ribeira Grande de 1986 e 1993
e mantinha-se ligado às instituições da freguesia da Maia, como a
banda filarmónica ou a Misericórdia local, disse Jaime Rita.

A Gorreana é a maior das duas fábricas de chá de S. Miguel (chegou a
haver seis na costa norte da ilha) e entre os anos de 1980 e o início
deste século foi mesmo a única que continuou a funcionar.

A fábrica produz chá preto e verde, tem 32 hectares de plantação e
produz 38 toneladas em média por ano, segundo disse à Lusa o próprio
Hermano Mota em maio passado.

A outra fábrica em funcionamento é a Chá Porto Formoso, também no
concelho da Ribeira Grande, que voltou a abrir em 2001. A produção é
pequena: tem cinco hectares de plantação e produz entre 12 e 14
toneladas de três variedades de chá preto por ano

As primeiras plantas de chá chegaram aos Açores, vindas do Brasil, no
século XVIII. Inicialmente, era uma planta ornamental, que se dava bem
com o clima temperado e as chuvas da ilha e ganhava aroma com o
subsolo vulcânico.

As plantações de chá e o fabrico foram depois impulsionadas pela
Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense que, em 1878, levou dois
chineses até S. Miguel para ensinarem os locais o processo de
produção.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=93220

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