sábado, 30 de novembro de 2013

Persistência de dias frios e noites frias na 2ª quinzena de novembro

2013-11-29 (IPMA)

A 2ª quinzena de novembro está a ser caracterizada por noites frias e
dias frios, e pela persistência de valores muito baixos da temperatura
do ar mínima e máxima do ar. Os valores diários da temperatura (mínima
e máxima) são, na generalidade do território, inferiores aos valores
que apenas ocorrem em 10% dos casos.

Na Tabela 1 apresentam-se os menores valores da temperatura mínima
(Tmin) e da temperatura máxima (Tmax), e respectivo dia de ocorrência,
na 2º quinzena de novembro.

Do ponto de vista climatológico, em novembro de 2013 não ocorreu onda
de frio[1] mas um período prolongado de muito frio, em que os valores
da temperatura mínima do ar foram inferiores aos valores que só
ocorrem em 10% dos casos. Esta definição de onda de frio está mais
relacionada com o estudo e análise da variabilidade climática, que
propriamente com os impactos na saúde pública de temperaturas
extremas. Por exemplo, a ocorrência de 4 dias em que a temperatura
seja 10 °C abaixo da média terá certamente mais impacto na saúde que 6
dias com temperatura 5 °C abaixo da média.

Por outro lado, utilizou-se o índice UTCI[2] para a monitorização do
conforto térmico, que tem em conta para além da temperatura, a
intensidade do vento, a humidade relativa do ar e a radiação. Na 2ª
quinzena e para o território continental, em média, os valores do UTCI
correspondentes a desconforto térmico variaram:

entre –13 °C e 2 °C às 06 UTC (instante aproximado da temperatura
mínima), isto é, frio moderado em quase todo o território, com
excepção do barlavento algarvio, com frio ligeiro;
entre –2 °C e 15 °C às 15 UTC (instante aproximado da temperatura
máxima), isto é, frio moderado na região da beira baixa e frio ligeiro
nas restantes regiões do interior Centro e no interior Norte.

É necessário ter ainda em conta que o conforto térmico é percecionado
de forma diferente nas várias regiões, visto que as populações de cada
região estão mais habituadas a determinadas situações climáticas. Por
exemplo, a população de Bragança suporta melhor o frio que a população
de Lisboa.

A presente situação meteorológica deve-se à permanência de um vasto
anticiclone no Atlântico Norte que se estende desde a região a oeste
dos Açores e até à Europa Central, tendo Portugal Continental estado
sob a influência de uma massa de ar frio transportada do norte e do
centro da Europa, originando os baixos valores de temperatura do ar já
referidos.

Esta situação meteorológica irá manter-se, sem alterações
significativas durante a próxima semana (Figura 1), continuando a
situação de frio e prevendo-se, ainda, descida gradual da temperatura
até ao dia 2 de dezembro, em especial nas regiões do litoral oeste.

A Figura 2, mostra como exemplo as previsões da temperatura máxima e
mínima até ao dia 13 de dezembro para a região de Aveiro.

Até ao dia 5 de dezembro a temperatura mínima terá valores que deverão
ficar abaixo do percentil 10, e que a partir do dia 9 se aproximarão
dos valores normais para a época. Os valores da temperatura máxima
estarão entre o percentil 25 e o percentil 10.

No entanto, devido à diminuição da intensidade do vento, que diminuirá
gradualmente de intensidade a partir do dia 30, e à previsão de céu
limpo, o desconforto térmico causado pela persistência de valores
baixos temperatura será atenuado.

Notas:

[1] Considera-se que ocorre uma onda de frio (do ponto de vista
climatológico) quando num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos,
a temperatura mínima é inferior em 5°C ao valor médio diário, no
período de referência.
[2] UTCI - Universal Thermal Climate Index
(http://www.ipma.pt/pt/ambiente/biometeo/utci/)

http://www.ipma.pt/pt/media/noticias/newsdetail.html?f=/pt/media/noticias/textos/tempo-frio-nov-2013.html

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