sábado, 9 de novembro de 2013

Preços dos alimentos nos mercados internacionais estão mais estáveis

ANA RUTE SILVA

07/11/2013 - 12:57

Melhoria do abastecimento e recuperação das reservas mundiais de
cereais ajudam a equilibrar preços, diz a Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura.

Brasil é o maior produtor mundial de açúcar PEDRO CUNHA/ARQUIVO


O aumento da produção e das reservas mundiais de cereais está a ajudar
a estabilizar os preços dos alimentos nos mercados internacionais. De
acordo com um relatório da FAO, a Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura, divulgado nesta quinta-feira, há menos
volatilidade nos preços do que nos últimos anos, graças à melhoria do
abastecimento.

Nos Estados Unidos, houve uma recuperação das culturas de milho e na
Comunidade de Estados Independentes (organização governamental
composta pelas antigas repúblicas soviéticas) as colheitas de trigo
atingiram níveis recordes. A produção mundial de arroz em 2013 "deve
observar apenas um crescimento modesto", refere a FAO.

David Hallam, director da Divisão de Comércio e Mercados da FAO,
explica que os preços da maioria dos produtos alimentares básicos "têm
baixado nos últimos meses". "Isto resulta do aumento da produção e da
expectativa de termos um aumento de abastecimento na actual temporada,
maiores quantidades para exportação e reservas mais altas", afirmou.

A FAO estima que as reservas mundiais de cereais, que terminam em
2014, terão um aumento de 13% para 564 milhões de toneladas. Trigo e
arroz devem subir 7% e 3%, respectivamente. "A expansão das reservas
mundiais de cereais vai traduzir-se num rácio de reservas/utilização
mundial de cereais situado nos 23%, muito acima do mínimo histórico de
18,4% em 2007/08", diz a FAO.

Aquicultura em vias de ultrapassar pesca de captura
A organização divulgou também o seu índice de preços que subiu
ligeiramente em Outubro, para uma média de 205,8 pontos, mais 1,3%
face a Setembro, mas ainda 11 pontos (5,3%) abaixo do seu valor de
Outubro de 2012. Este aumento é atribuído, nomeadamente, a uma subida
dos preços do açúcar.

O consumo deste produto deverá crescer cerca de 2% em 2013 e 2014, mas
a produção mundial deverá crescer apenas ligeiramente. No Brasil, o
maior produtor e exportador do mundo, as condições climatéricas
desfavoráveis prejudicaram as colheitas.

A FAO prevê que a produção mundial de carne aumente 1,4% em 2013 e os
preços estão historicamente altos desde 2011, não havendo qualquer
indício de descidas. O consumo de peixe também continua a aumentar,
muito impulsionado pela aquicultura que está em vias de ultrapassar a
pesca de captura como a principal fonte de abastecimento de pescado
para consumo humano.

http://www.publico.pt/economia/noticia/precos-dos-alimentos-nos-mercados-internacionais-estao-mais-estaveis-1611662

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