segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Quercus pede decisões difíceis nas alterações climáticas

A Quercus defendeu hoje que os países têm de mostrar coragem e avançar
decisões "difíceis mas necessárias" para enfrentar as alterações
climáticas, com um plano vinculativo para todos, apontando a subida do
nível do mar como uma preocupação para Portugal.

"Chegou a altura dos países enfrentarem a realidade das alterações
climáticas, de mostrarem liderança e coragem para tomarem neste
momento decisões difíceis, mas necessárias", salienta a associação
ambientalista, em comunicado.

A Quercus vai participar na 19.ª Conferência das Partes (COP19) da
Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que hoje
começa em Varsóvia, com o objetivo de preparar uma nova tentativa de
acordo global, a alcançar em 2015.

Segundo vários estudos, "a subida do nível do mar é uma das maiores
preocupações para Portugal", realça a Quercus, explicando que os
impactes ambientais estão a acelerar, nomeadamente nas camadas de
gelo, que estão a derreter muito mais rapidamente, ou no aumento do
nível do mar, que está a acelerar.

A subida do nível do mar, causada pela expansão dos oceanos devido ao
aumento da temperatura e do degelo, poderá vir a destruir 67% das
zonas costeiras portuguesas, acrescenta. "A ameaça ao nosso território
é real, dramática e poderá ter fortes implicações económicas e
sociais, pelo que os portugueses deverão estar na primeira linha de
defesa de uma política climática ambiciosa a nível mundial", alerta a
Quercus.

"A falta de vontade política não deve continuar a impedir a definição
de ações ambiciosas que façam frente às alterações climáticas",
considera a organização ambientalista portuguesa, que defende ser
ainda possível traçar o caminho para um futuro climático seguro.

Para isso, os países presentes na conferência em Varsóvia devem
assumir os compromissos necessários para garantir um aumento da
temperatura global abaixo dos 2,0 a 1,5 graus Celsius (ºC). Para a
associação ambientalista, esta reunião, que se prolonga até dia 22,
"deve ter como meta trabalhar com vista a um plano climático justo,
ambicioso e vinculativo aplicado a todo o mundo" e a prioridade é o
aumento da ambição de redução de emissões a curto prazo e de
financiamento das medidas.

Estes resultados vão ajudar a cimentar a confiança entre os países e a
criar condições para um novo e efetivo regime climático pós 2015,
resume a Quercus, salientando que os limites do planeta e o estado de
equilíbrio dos ecossistemas estão prestes a ser ultrapassados. Os
efeitos das mudanças do clima já se registam em vários pontos do mundo
através de tempestades, cheias, secas e cada vez mais fenómenos
climáticos extremos, com custos para os países.

Apesar de todas as resoluções internacionais dos últimos anos, falta
passar à ação e as emissões globais de gases com efeito de estufa
continuam a "empurrar o mundo para um aumento de temperatura de quatro
graus Celsius até ao final deste século, em relação aos níveis de
temperatura pré-industrial", considera.

Diário Digital/Lusa

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=667930

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