terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Desinvestimento em renováveis e obras em áreas protegidas no balanço 2013 da Quercus

Lusa30 Dez, 2013, 21:14

Desinvestimento em energias renováveis, obras em áreas protegidas e a
incapacidade do Governo em gerir a questão dos resíduos marcaram
negativamente o ano de 2013, segundo um balanço hoje feito pela
organização ambientalista Quercus.

Apesar do "enorme potencial" de Portugal para o aproveitamento de
diversas formas de energia renovável, o Governo, "com contas mal
feitas e uma lógica de curto-prazo, provocou em 2013 a estagnação do
setor com consequências ambientais, económicas e sociais negativas
para o futuro", diz a Quercus em comunicado.

A organização ambientalista aponta porém como um indicador positivo
que "60% da energia elétrica consumida" em Portugal continental seja
produzida por fontes renováveis.

Entre o melhor que aconteceu em 2013, a Quercus destaca também que 98%
da água fornecida pelos sistemas públicos de abastecimento é de boa
qualidade e ainda que no Centro Nacional de Reprodução do
Lince-Ibérico, em Silves, tenham nascido 17 crias.

No balanço, a Quercus afirma-se preocupada com a proliferação de
intenções de projetos turísticos insustentáveis, de se ter permitido o
projeto de exploração mineira da Boa Fé, em Évora, e a construção de
um empreendimento turístico na Praia Grande, concelho de Silves, ou
ainda a revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural do Tejo
Internacional, que porá em causa áreas de reprodução da cegonha-preta.

"Também ao nível local, várias situações lesivas ao ambiente
continuaram infelizmente a ocorrer em Portugal. O ano de 2013 termina
sem que as descargas poluentes, bem visíveis, no troço final do rio
Diz (afluente do rio Noéme) tenham chegado ao fim", diz o comunicado.

Mas o ano, acrescenta, foi também marcado pela desistência do terminal
de contentores da Trafaria, pela criação do Sistema Integrado de
Licenciamento do Ambiente, uma "excelente plataforma", e pelo novo
Plano dos Resíduos Urbanos, que prevê a reciclagem de 50% em 2020.

Para o próximo ano, a organização quer o "reforço e a reinvenção da
ferrovia e do transporte marítimo" e a criação de um "plano de
mobilidade nacional, que se centre em questões graves por resolver nos
grandes centros urbanos", e quer uma renegociação com Espanha da
gestão das bacias hidrográficas comuns (Minho, Douro, Tejo e
Guadiana).

"Em contexto de crise", as emissões poluentes têm vindo a diminuir em
Portugal, mas "é vital que em 2014, com uma eventual retoma económica,
estejamos preparados para promover um desenvolvimento apostado na
redução de consumos, na eficiência energética, em simultâneo com a
melhoria da qualidade de vida", avisa a Quercus, que quer no próximo
ano "estabilidade" e soluções "robustas e eficazes" por parte do
Governo, na área do ambiente.

E porque 2014 é o Ano Internacional da Agricultura Familiar a
organização ambientalista deseja o aumento da visibilidade desse tipo
de agricultura e destaca o papel que tem na erradicação da fome e
pobreza, na correta gestão de recursos naturais e na proteção do
ambiente e desenvolvimento sustentável.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=706464&tm=6&layout=121&visual=49

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