quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Jerónimo Martins quer agricultura em Portugal

11 de Dezembro, 2013por Ana Serafim

Grupo dono do Pingo Doce está a estudar projecto agro-alimentar em
território nacional. Na Polónia, a aposta vai para lojas franchisadas.
Proximidade. Essa será a chave para expandir a rede Biedronka que a
Jerónimo Martins (JM) tem na Polónia – o motor de crescimento do grupo
português dono do Pingo Doce. Para tal, a retalhista dominada pela
família Soares dos Santos está a estudar lojas franchisadas e de
pequena dimensão. Em Portugal, está em estudo um projecto
agro-alimentar para garantir a estabilidade do fornecimento dos
supermercados.

Numa apresentação a investidores na semana passada, a empresa
mostrou-se focada no reforço da quota de mercado. O grupo avançou que
até 2016 pretende "desenvolver um projecto no sector agro-alimentar"
para apoiar o seu negócio principal – o retalho alimentar – e proteger
as suas fontes de abastecimento em produtos frescos.

Questionada pelo SOL, a companhia adiantou que "está já em curso um
estudo sobre essa matéria. No entanto, é ainda cedo para
disponibilizar mais informação". Ainda assim, a vontade de entrar na
agricultura tem sido admitida pela cúpula da companhia.

Na Polónia, a aposta vai para uma "abordagem dupla". Nas áreas rurais,
o franchising, que já está a ser aplicado em 30 espaços no território
polaco, será um modelo a explorar. "Além das 800 novas lojas standard
que a Biedronka abrirá entre 2014 e 2016, a companhia desenvolverá
também contratos de agência com terceiras partes para operarem lojas
Biedronka nas pequenas vilas da Polónia, com uma média de 2.000
habitantes. Temos já cerca de três dezenas de lojas nesta modalidade",
detalha fonte oficial ao SOL.

Nas zonas urbanas, o desenvolvimento da cadeia de supermercados polaca
passará por ter pontos de venda menores. "A Biedronka está preparada
para flexibilizar o seu formato standard de forma a abrir lojas
significativamente mais pequenas no centro das cidades onde o espaço
disponível para construir é inexistente", continua.

Detectado o "potencial para crescer, principalmente no segmento de
proximidade", a operação na Polónia merecerá entre 60% e 70% dos 2,2
mil milhões de investimento que a JM planeia fazer nos próximos três
anos.

Além dos supermercados Biedronka, o grupo liderado por Pedro Soares
dos Santos quer expandir a Hebe, insígnia dedicada à saúde e beleza
lançada em Maio de 2011, que chegará ao final de 2013 com cerca de 100
lojas e uma facturação prevista de 60 milhões de euros. Plano para
2016: ter pelo menos 200 lojas.

Nesta geografia – onde tinha 2.245 lojas em Setembro e espera chegar
às 3.000 em 2015 – o objectivo é alcançar vendas de 12 mil milhões de
euros em 2016. Em 2012, a Biedronka representou 62% das vendas
consolidadas do grupo, contribuindo com 6,7 mil milhões de euros.

Colômbia acelerada

Também no próximo triénio a Jerónimo Martins pretende inaugurar mais
30 espaços Pingo Doce – ao ritmo de dez por ano –, fortalecer o
posicionamento do preço suportado no corte de custos e conseguir um
crescimento das vendas totais do grupo entre 12% e 15%.

A Jerónimo Martins faz ainda um balanço positivo da operação na
Colômbia, onde estreou as lojas Ara em Março. Antecipando uma
"expansão acelerada", a rede instalada na região do Eixo Cafeteiro
conta agora com 34 pontos de venda. E deverá chegar ao final do ano
com vendas de 20 milhões de euros. Até 2016, o objectivo é ter "no
mínimo" 200 lojas e operar em "pelo menos" três regiões no país.

ana.serafim@sol.pt

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=94602

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