terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Vinte e um detidos por tráfico de carne de cavalo em França

16 de Dezembro, 2013

Vinte e uma pessoas foram detidas hoje no sul de França numa grande
operação para desmantelar uma rede de tráfico de carne de cavalo, com
ligações a algumas cidades espanholas, entre elas Girona.

Fontes da investigação citadas por agências internacionais explicaram
que a operação, em que intervieram uma centena de efectivos policiais,
envolveu rusgas em onze distritos das zonas de Languedoc Rosellón,
Provenza Alpes Costa Azul e Midi Pyrénées.

As autoridades realizaram rusgas em particular no matadouro de
Narbonne, mas também em talhos e diversos armazéns, tendo sido alvo de
buscas um matadouro em Girona, na região espanhola da Catalunha.

A maior parte dos detidos são comerciantes de carne mas há também
veterinários que são suspeitos de ter falsificado a documentação dos
animais, que tinham sido utilizados pelo laboratório farmacêutico
Sanofi Pasteur, que os revendia a centros equestres como cavalos de
arreio com a proibição explícita de utilização para alimentação
humana.

A Sanofi Pasteur não estava directamente envolvida na fraude que
permitiu, segundo estima a polícia, a introdução na cadeia alimentar
de cerca de 200 cavalos.

As investigações aos detidos e as rusgas deverão determinar se os
matadouros envolvidos conheciam ou não a origem irregular dos cavalos
que eram usados pela Sanofi Pasteur para produzir soros, graças à sua
capacidade para gerar anticorpos no sangue.

A investigação, dirigida a partir de Montpellier, começou "há vários
meses" com o apoio do Escritório Central de Luta contra os Atentados
ao Ambiente e à Saúde Pública.

Esta suposta fraude chega menos de dez meses depois do escândalo
europeu do uso de carne de cavalo, não adequadamente identificada.

Centenas de toneladas de carne de cavalo foram importadas de países do
leste de Europa por comerciantes que as vendiam depois a fábricas
francesas, onde acabavam por ser integradas em pratos
pré-confeccionados em cujas etiquetas apenas se identificava carne de
vaca.

O ministro francês do Consumo, Benoît Hamon, disse à rádio RTL que, ao
contrário do que ocorreu em Fevereiro, o caso hoje conhecido refere-se
a "um problema sanitário".

Em concreto, trata-se de cavalos não autorizados para a alimentação
que "acabam no talho", indicou Hamon, que recordou que depois do
primeiro escândalo foi decidido vigiar o sector da carne e do peixe
com maior atenção para detectar irregularidades.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=94958

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