sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Investigador português prevê extremos climáticos


QUARTA, 15 JANEIRO 2014 13:36
As ondas de calor e as vagas de frio, as secas e as cheias poderão ser cada vez mais frequentes em Portugal e na Europa ao longo das próximas décadas, de acordo com uma informação divulgada pelo Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
  
João Santos, investigador do CITAB, declara que "as estações do ano estão cada vez mais extremadas e a perder a sua tipicidade. No caso específico de Portugal, registamos que, se por um lado parecem estar cada vez mais secas, por outro, tem aumentado a frequência de episódios de precipitação intensa". A conclusão é suportada por várias publicações científicas do especialista em alterações climáticas e docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Um dos estudos em causa traça o futuro do clima entre 2041 e 2070, período em que são esperados mais extremos de precipitação e de temperatura em Portugal. "O verão vai passar a ter temperaturas muito mais elevadas e o aumento da temperatura máxima no interior do país será o ponto mais crítico," considera João Santos.
 
Outro dos estudos em que João Santos participou, e que analisou todos os invernos em Portugal e na Europa desde 1870, revela que "em quase 150 anos, verificámos níveis de precipitação inédita em território nacional no Inverno de 2009/2010, e de secura extrema no Inverno de 2011/2012". Segundo João Santos, "trata-se de dois anos perfeitamente antagónicos e excecionais", até pela proximidade temporal, num intervalo de quase 150 anos. "Estamos, portanto, a assistir a uma mudança cada vez mais evidente nos padrões meteorológicos", esclarece.
 
Índices como a precipitação, a temperatura, os padrões do vento no Atlântico Norte e na Europa, (nomeadamente a corrente de jato – ventos de oeste em altitude e que determinam o estado do tempo à superfície), são incluídos no estudo realizado com investigadores da Universidade de Reading e de Oxford (Reino Unido). "O comportamento da corrente de jato está a tornar-se mais irregular e isso vai determinar que ocorram mais extremos de temperatura e de precipitação", considera João Santos.

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