sábado, 8 de fevereiro de 2014

Novas normas da FAO para bancos de genes

 31-01-2014 
 

Uma nova publicação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) pretende melhorar a conservação das culturas alimentares, muitas das quais são cruciais para a segurança alimentar e nutricional a nível mundial.

O documento “Normas para bancos de germoplasma de recursos genéticos para a alimentação e a agricultura define as normas voluntárias internacionais para os diversos armazéns, ou seja, bancos de germoplasma , que em todo o mundo conservam as sementes e outros materiais utilizados para reproduzir as plantas, assim como as plantas vivas locais.

Mais de sete milhões de amostras de sementes, tecidos e outros materiais de reprodução vegetal de culturas alimentares, junto com os seus parentes silvestres, estão protegidos em cerca de 1.750 bancos de germoplasma.

As normas estão projectadas para orientar os utilizadores na aplicação das tecnologias e procedimentos mais adequados para a compilação, conservação e documentação da diversidade das culturas. As amplas aplicações também são compatíveis com a investigação que pode travar a perda de biodiversidade e impulsionar a sustentabilidade na agricultura, condições necessárias para alimentar uma população mundial que se espera que ultrapasse os nove mil milhões de pessoas em 2050.

Os bancos bem geridos permitem preservar a diversidade genética e torná-la disponível aos criadores e outros cientistas, que podem utilizar os mesmos e partilhar variedades melhoradas, incluindo aquelas adaptadas a condições agroecológicas especificas.

«Enquanto a população mundial cresce e continua a enfrentar uma ampla variedade de desafios climáticos, ambientais e de outro tipo, manter uma saudável variedade de sementes e outros recursos genéticos em benefício das pessoas em todos os países será essencial para desenvolver sistemas agrícolas e alimentos sustentáveis e resistentes através de várias gerações», assegurou Ren Wang, subdirector geral da FAO.

Por seu lado, a secretaria da Comissão intergovernamental da FAO, Linda Collette, assinalou que «os bancos de genes ajudam a ligar o passado e o futuro, afirmando a contínua disponibilidade de recursos genéticos para a investigação e para a obtenção de novas variedades que satisfaçam a evolução das necessidades dos consumidores e as mudanças climáticas. Permite conservar e melhorar os recursos em questão e também ajudam os países a partilhar e trocar recursos genéticos entre eles».

A publicação da FAO foi preparada sob a Direcção da Comissão de Recursos Genéticos para a Alimentação e a Agricultura, que em 2013 aprovou e instou a adopção universal das normas internacionais para a conservação em bancos de sementes, de germoplasma e criopreservação de tecido vegetal.

Estas regras nºao vinculantes abordam uma ampla gama de questões, incluindo técnicas de colheita de amostras, etiquetagem homogénea, a protecção contra fungos, bactérias, pragas e factores de estresse físico, as provas de viabilidade e integridade genética e o desenvolvimento de estratégias para a rápida multiplicação das amostras para a sua distribuição.

Os bancos de genes do mundo são muito diferentes no que diz respeito ao tamanho das suas colecções e em recursos humanos e financeiros de que dispõem. As normas apoiam os seus responsáveis a alcançar um equilíbrio entre os objectivos científicos, os recursos disponíveis e as condições objectivas de trabalho.

Os especialistas da FAO realizaram consultas a vários associados, entre os quais do Grupo Consultivo para a Investigação Agrícola Internacional, uma associação mundial que investiga em 15 centros de todo o mundo, em particular Bioversity International, os responsáveis de bancos de genes, instituições académicas e de investigação e os coordenadores nacionais para os recursos genéticos para a alimentação e a agricultura.

As normas destacam a importância de conservar e partilhar o material em conjunto com a documentação relacionada em linha com as normas nacionais e internacionais. São uma ferramenta importante na implementação do Tratado Internacional sobre os Recursos Genéticos para a Alimentação e a Agricultura e o Segundo Plano de Acção Mundial para os Recursos Genéticos para a Alimentação e a Agricultura, que apoiam os países na conservação e uso sustentável da diversidade agrícola.

Fonte: Agrodigital

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