segunda-feira, 17 de março de 2014

Fim dos grupos consultivos agrícolas em Bruxelas

Março 10
13:24
2014

Os grupos consultivos vão acabar em 1 de Julho próximo, sendo substituídos por grupos de reflexão civil.

Os grupos consultivos eram constituídos maioritariamente por produtores agrícolas e englobavam, também, todos os outros sectores da fileira alimentar e eram extremamente úteis para que as fileiras dos diferentes sectores agrícolas pudessem discutir com a Comissão os seus problemas e apresentar propostas para o futuro.

Agora e por decisão do Comissário Ciolos, vão ser substituídos pelos grupos de reflexão civil, onde vão ter acesso as organizações não-governamentais (ONG) do meio ambiente,do  bem-estar animal e todas as outras.

Esta decisão recolheu grande apoio junto das ONG’s, cujo entusiasmo é tão grande que já reivindicaram 50% dos lugares para si. Existe, no entanto, grande apreensão pela parte dos operadores da fileira, que temem que estas reuniões deixem de servir para discutir os reais problemas dos sectores e se passe a discutir o “sexo dos anjos”.

Tudo está muito confuso, pois ainda ninguém sabe ao certo como vão funcionar estes grupos de reflexão civil e qual a sua composição.

Esta preocupação foi também transmitida ao Comissário Ciolos, numa carta assinada por doze organizações profissionais agrícolas, Jovens agricultores (CEJA), comércio agro-alimentar (CELCAA), fabricante de máquinas agrícolas (CEMA), proprietários florestais (CEPF), comércio de cereais (COCEREAL), COPA-COGECA, protecção das culturas (ECPA), proprietários agrícolas (ELO), fabricantes de rações (FEFAC), sector dos adubos (Fertilizers Europe), sanidade animal (IFAH) e indústria alimentar (Food Drink Europe).

Nesta carta é manifestada a preocupação de querer ouvir menos os profissionais da fileira em detrimento de grupos de lobby, que por vezes só se representam a eles próprios. É também dito que é uma injustiça algumas dessas ONG’s receberem subsídios comunitários, enquanto as organizações profissionais agrícolas vivem das cotizações dos agricultores.

Esta situação é tanto mais grave, no sentido que mostra os problemas cada vez maiores que o sector agrícola atravessa, com condicionalismos impostos por grupos de pressão, que, na maioria dos casos, não representam a vontade dos consumidores, mas sim de alguns lunáticos, desfasados da realidade e que se querem fazer notar.

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