sábado, 21 de junho de 2014

INE: Expansão significativa da área de produção do tomate para a indústria



As previsões, a 31 de Maio, apontam para um aumento das áreas de tomate para a indústria (+20%) e de batata de regadio (+5%) e para decréscimos no milho (-10%), arroz (-5%) e girasol (-10%).
Na campanha dos cereais de Outono / Inverno esperam-se aumentos generalizados de produtividade (+10% no trigo duro, +25% no trigo mole e +35% no triticale, cevada e aveia). Relativamente aos frutos, prevê-se um decréscimo na produtividade da cereja (-10%), cultura que voltou a ser bastante afectada pelas condições climatéricas adversas que ocorreram na fase da floração / polinização e, posteriormente, na altura da colheita. Em sentido inverso, o rendimento unitário do pêssego deverá aumentar 25%.

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O mês de Maio caraterizou-se, em termos meteorológicos, por dois períodos muito distintos: as duas primeiras décadas decorreram secas e quentes, com os valores de temperatura média do ar muito superiores ao normal (com ondas de calor que, em alguns casos, se estenderam por mais de 15 dias); a partir do dia 20 ocorreu uma descida acentuada da temperatura do ar, principalmente da máxima, com a ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada.

 Estas condições foram, de um modo geral, favoráveis ao crescimento e desenvolvimento das culturas instaladas, bem como ao normal desenrolar dos trabalhos agrícolas da época (instalação das culturas de primavera e trabalhos de fenação e silagem).

A percentagem de água no solo no final de Maio, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, diminuiu face ao mês anterior. Os valores registados são normais em todo o território a norte do Tejo e ligeiramente inferiores a sul.

Prados, pastagens e culturas forrageiras com bom aspecto vegetativo

O aumento das temperaturas beneficiou os prados, pastagens e culturas forrageiras, que apresentam um bom aspecto vegetativo. Realizaram-se os trabalhos de corte, secagem e enfardação de fenos e de áreas significativas de vegetação espontânea. A precipitação ocorrida no final do mês prejudicou pontualmente a qualidade dos fenos cortados que se encontravam em secagem sobre o solo.

A massa verde produzida por estas culturas tem permitido que a alimentação das diferentes espécies pecuárias decorra sem dificuldades, sendo o contributo das rações, palhas e fenos semelhante ao observado em igual período do ano anterior.

Área de milho diminui face a 2013

A preparação dos solos para a sementeira do milho iniciou-se com algum atraso, essencialmente devido às situações de encharcamento dos terrenos. As condições climatéricas que se verificaram ao longo do mês de Maio permitiram concluir a maioria das sementeiras, apesar da interrupção dos trabalhos nos períodos de maior precipitação da segunda quinzena. A área semeada deverá registar um decréscimo de 10% face ao ano anterior. De referir que, de um modo geral, as germinações e os desenvolvimentos iniciais foram homogéneos.

Também no arroz as previsões apontam para um decréscimo de área semeada (-5%) face ao ano anterior. Existem extensões consideráveis de canteiros ainda não semeados, sendo também de referir que no Baixo Mondego as obras de melhoramento no Bloco de Maiorca condicionaram as áreas disponíveis para esta cultura.

Área plantada de tomate para a indústria regista forte incremento

A plantação do tomate para a indústria está a decorrer sem incidentes, estimando-se um aumento de área na ordem dos 20%, resultado dos estímulos promovidos pela indústria (alargamento do período de recepção e melhoria das condições contratuais) e de perspectivas favoráveis de escoamento da produção para Espanha. O desenvolvimento vegetativo das searas já instaladas (mais de ¾ da área total prevista) tem sido normal.

Quanto ao girassol, prevê-se que a área semeada ronde os 16 mil hectares, o que corresponde a um decréscimo de 10% face à campanha anterior.

Batata de regadio com ligeiro aumento da área plantada

As plantações de batata de regadio concluíram-se ao longo do mês de Maio, estimando-se um aumento da área de 5% face a 2013. Nesta cultura, com um período de instalação muito alargado, nas variedades mais precoces já se iniciou a colheita, encontrando-se a maioria das plantações mais tardias e a batata para a indústria ainda em floração. O aspecto vegetativo é, de um modo geral, bom.

Bom desenvolvimento vegetativo dos cereais de Outono/Inverno

Globalmente os cereais de Outono/Inverno apresentam um bom desenvolvimento vegetativo. Encontram-se nas fases de floração ou em início de granação leitosa (trigo, triticale, centeio e cevada), estando a aveia já na fase de grão pastoso ou em maturação completa. Prevêem-se aumentos nas produtividades em todos os cereais praganosos excepto no centeio, que deverá manter o rendimento unitário da campanha anterior.

Aumento de produtividade na batata de sequeiro

Os batatais de sequeiro estão, em geral, em floração, apresentando um aspecto vegetativo normal para a época. Apesar do rendimento unitário estar muito dependente da temperatura e da insolação que se façam sentir na fase de tuberização, o facto de as plantações terem decorrido atempadamente faz prever um aumento da produtividade de 5%, face a 2013.

Mais um ano mau para a cereja

A precipitação e as elevadas amplitudes térmicas registadas na fase da floração/polinização da cereja, para além de atrasarem o início da colheita das variedades precoces, provocaram muitas situações de polinização deficiente e aborto dos frutos em fases de desenvolvimento posteriores. Registaram-se fendilhamentos e perdas de capacidade de conservação de alguma produção provocados pelas chuvas de finais de Maio. Prevê-se assim uma redução de 10% na produtividade, face a 2013, ficando pelo terceiro ano consecutivo abaixo das 2 toneladas por hectare.

Quanto ao pêssego, estima-se um aumento de 25% no rendimento unitário, face à campanha anterior, que tinha sido bastante afectada pelo tempo frio e chuvoso na fase da floração, principalmente no interior Centro.

Fonte:  INE

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