domingo, 22 de junho de 2014

Madeirenses apostam na agricultura familiar em tempo de crise noutros setores



O decréscimo de atividade noutros setores, em particular na construção civil, está a levar ao aumento da agricultura familiar na ilha da Madeira, reconheceu hoje o secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais.

Manuel António Correia adiantou que existem dados que mostram que antes da atual crise económica se registava já um aumento "acentuado" da agricultura familiar, mas que "o decréscimo de outros sectores, particularmente da construção civil, fez com que mais pessoas se interessassem pela produção agrícola".
Ao intervir na abertura da conferência "Passado, Presente e (que?) Futuro, da Agricultura Familiar na Região Autónoma da Madeira (RAM)", o secretário Regional do Ambiente sublinhou a importância deste tipo de exploração da terra, que assegura "mais de metade da produção agrícola", que se caracteriza por "explorações de pequena dimensão e por uma incorporação de mão-de-obra familiar muito grande e pouco recrutamento de mão-de-obra profissional".
Na ocasião, Manuel António Correia revelou que, em média, por hectare, na RAM são atribuídas ajudas na ordem dos 3.800 euros por ano, enquanto a nível nacional esse valor não ultrapassa os 205 euros, e na União Europeia (UE) os 245 euros.
"Recebemos, em relação ao território nacional, como um todo, 18 vezes mais e, em relação à União Europeia, 15 vezes mais. Isso significa o reconhecimento (…) de que há uma especificidade e uma dificuldade associadas a essa agricultura [na Madeira], que é preciso compensar ajudando com maiores ajudas ao rendimento", afirmou.
O governante anunciou que o executivo vai lançar, ainda este ano, um concurso para conceder a exploração a privados do Centro de Horticultura de Santana - uma área pública entregue ao Governo Regional -, dando preferência a jovens do concelho de Santana, a norte da ilha.
O objetivo é "criar condições para que haja, cada vez mais, uma agricultura empresarial e soluções para os jovens, muitos deles atingidos pelo desemprego".
O secretário regional disse, ainda, que a produção de cana sacarina, por exemplo, subiu 30% em relação ao ano passado e foi toda escoada. O mesmo aconteceu com a produção de banana, que subiu 28%, enquanto as vendas de vinho Madeira, nos primeiros cinco meses do ano, subiram 33% em quantidade e 23% em valor.
Dinheiro Digital com Lusa

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