quinta-feira, 31 de julho de 2014

Aquecimento global não impedirá ondas de frio extremas, alerta estudo

ONTEM às 19:280

Aquecimento global não impedirá ondas de frio extremas, alerta estudo


O mundo vai continuar a ter ondas de frio extremas devido ao aumento da variabilidade de temperaturas excessivas, apesar do aquecimento global, consideraram hoje pesquisadores norte-americanos que usaram ferramentas avançadas de ciência computacional para demonstrar estes dados.

A quase totalidade dos cientistas mundiais consideram que a temperatura do planeta está a aumentar e que esta subida resulta da ação humana, dos combustíveis fósseis e desmatamento.
Mas, segundo a revista Nature, a equipa de investigadores da Universidade de Northeastern considera que há uma harmonia entre o aumento da temperatura global e a variabilidade extrema da temperatura.
"Isto significa que mesmo que as temperaturas globais aumentem, podemos ainda continuar a ter ondas de frio extremas", disse Evan Kodra, especialista em mudança climática e professora adjunta no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Northeastern, citada pela Nature.
Os novos resultados fornecem importantes implicações sociais científicas, pois, de acordo com a pesquisadora, conhecendo-se os modelos que projetam uma gama mais vasta de comportamentos extremos de temperatura os setores como agricultura, saúde pública e planeamento de seguros podem preparar-se melhor para o futuro.
A equipa utilizou ferramentas computacionais de uma grande base de dados da ciência para examinar pela primeira vez aspetos das mudanças climáticas, no âmbito de um projeto que contou com um financiamento de 7,4 milhões de euros.
Para os cientistas, a pesquisa abre novas áreas de interesse para o trabalho futuro, tanto no clima e na ciência de dados, pois sugere que os processos naturais que impulsionam anomalias climáticas hoje pode continuar a fazê-lo no futuro.
Por exemplo, a equipa admite que o derretimento do gelo nos anos mais quentes pode causar invernos mais frios nos anos seguintes, mas essas hipóteses só podem ser confirmados em estudos baseados em física, assinala a revista científica.
O estudo usou simulações de modelos climáticos mais recentes desenvolvidos por grupos de todo o mundo para o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU.
Para obter os resultados, os investigadores combinaram um conjunto de métodos numa forma relativamente nova de caraterizar as temperaturas extremas e explicar como a sua variabilidade é influenciada nomeadamente pelas estações do ano, região geográfica e da interface terra-mar, que representa um dos sítios que controlam o fluxo de água e matéria no ciclo global.
Diário Digital com Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário